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O número de brasileiros que moram em Londres aumentou seis vezes nos últimos nove anos: hoje são 25 mil, segundo um novo levantamento do governo britânico. Para um jovem gaúcho, o sonho de morar na Inglaterra terminou no começo do mês. Ele morreu em circunstâncias misteriosas e até agora a família não sabe quando o corpo será liberado para o enterro.

Os pais receberam a notícia da morte do filho há 12 dias. Eduardo Iglesias Moreira tinha 23 anos e foi encontrado morto numa calçada de Londres. O jovem vestia calça e camiseta numa noite de frio. "Parece que ele foi jogado, jamais sairia só de camiseta de manga curta, até porque ele tinha asma", afirmou Andréa Iglesias Moreira, mãe de Eduardo.

Hipotermia foi a última causa da morte informada pelo consulado brasileiro em Londres. O pai disse que no primeiro telefonema um funcionário do consulado falou que o gaúcho teria morrido de overdose.

Além das informações desencontradas, a família reclama que não tem sido assistida pelo Governo brasileiro e que tem que ligar todos os dias para a Inglaterra em busca de notícias sobre o filho. "A gente liga pra lá diariamente e não tem nenhuma notícia, é tudo com a polícia", disse Luís Cláudio Moreira, pai de Eduardo.

A polícia britânica mandou um e-mail dizendo que a família poderia ir a Londres, mas que não há data para a liberação do corpo.

Para o movimento de Justiça e Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, o descaso pode representar preconceito com imigrantes. Apesar de estrangeiro, Eduardo trabalhava legalmente na Inglaterra porque há um ano tinha cidadania portuguesa, país membro da União Européia.

De acordo com o Itamaraty, o corpo não foi liberado porque ainda não houve uma definição da causa da morte de Eduardo. E não há uma previsão para que isso aconteça. O Itamaraty afirmou ainda que o Consulado Brasileiro em Londres está acompanhando o caso. De acordo com o Itamaraty, não cabe ao Governo brasileiro providenciar e pagar o translado do corpo.

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