Uma representação dos pais dos 43 estudantes que desapareceram no dia 26 de setembro do ano passado no sul do México viajará no próximo sábado a Genebra, na Suíça, para denunciar o governo mexicano perante o Comitê das Nações Unidas contra o Desaparecimento Forçado.
O porta-voz das famílias dos desaparecidos, Felipe de la Cruz, explicou à Radio Fórmula que o comitê é integrado por Hilda Aguileño e Bernabé Abraham, pais de vítimas, e uma advogada do centro de direitos humanos Tlachinollan.
"Não vamos ficar sentados", disse De la Cruz um dia depois que a procuradoria mexicana assegurou que tinha comprovado "cientificamente" que os 43 alunos da escola Normal Rural de Ayotzinapa foram assassinados e seus corpos queimados por membros do cartel Guerreros Unidos que acreditavam que estes eram integrantes do grupo rival Los Rojos.
Os pais asseguraram que não há provas científicas que confirmem a versão da procuradoria, à qual acusam de pretender encerrar o caso por motivos políticos, e reforçaram que manterão sua luta e recorrerão a instâncias internacionais para denunciar o governo. "O México tem responsabilidade internacional em relação aos direitos humanos" e por isso deve ser revisado por organismos supranacionais especializados na matéria, disse ontem o advogado das famílias, Vidulfo Rosales, ao anunciar a viagem a Genebra.
De la Cruz salientou que, embora rejeitem a conclusão da Procuradoria Geral da República, "o diálogo com o governo federal não está quebrado".
Investigação concluída
A partir de 487 exames periciais, o procurador-geral do México, Jesús Murillo, confirmou que os jovens foram sequestrados, assassinados, incinerados e seus restos foram jogados no rio San Juan.