Bolívia
Morales diz que vínculo com as Farc é "montagem"
Reuters
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou ontem as denúncias que vinculam os presidentes do Equador e da Venezuela à guerrilha de esquerda da Colômbia, Farc, e as classificou como uma "montagem".
Em um vídeo apreendido pela polícia colombiana, um chefe militar das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) supostamente admite ter dado dinheiro para a campanha do presidente equatoriano, Rafael Correa. "Há duas semanas ouvi dizer do instrumento do império que nos computadores (apreendidos da guerrilha) descobriram que as Farc pagaram a campanha do presidente Correa; outra montagem para desprestigiar um presidente revolucionário", disse Morales.
Em um comunicado divulgado recentemente, as Farc negaram ter financiado a campanha de Correa e acusaram Bogotá e Washington de manipular o vídeo. No fim de julho, a Colômbia pediu explicações à Venezuela sobre mísseis encontrados nas mãos das Farc e adquiridos pelo governo de Hugo Chávez. "Na semana passada ouvi dizer que o presidente Chávez dá armamento às Farc. Quem pode acreditar nisso? Campanha suja que vem do império", afirmou Morales.
Bogotá - O Equador está preparando-se para melhorar sua capacidade de operação militar, mas não está numa corrida armamentista, afirmou o presidente do país, Rafael Correa, em uma entrevista concedida ao jornal El Tiempo.
O Equador não está em "uma corrida armamentista, mas eu não vou permitir nunca mais que aviões entrem (no espaço aéreo equatoriano) e não possamos sequer detectá-los", disse Correa, claramente aludindo às incursões de aeronaves colombianas sobre as regiões fronteiriças. Ele afirmou que as forças armadas do Equador estão se "preparando para a defesa, melhorando a capacidade operacional".
Colômbia
O ministro de Defesa do Equador, Javier Ponce, afirmou durante uma visita a Lima, no Peru, que a Colômbia é uma ameaça para a América do Sul. "A Colômbia representa no momento um projeto político que é em certo sentido uma ameaça para a região", por aplicar "essa concepção de extraterritorialidade, pela qual um país tem direito de invadir outro se está perseguindo terroristas", afirmou Ponce em uma entrevista no sábado à rádio RPP.
O Equador rompeu laços diplomáticos com a Colômbia em março de 2008 após o exército e a força aérea colombianos bombardearem um acampamento clandestino das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) localizado em território equatoriano. Nessa operação morreram 25 pessoas, entre elas um dos chefes da organização, Raúl Reyes.
"Uribe (Álvaro, presidente de Colômbia) pensou: com Correa temos boas relações diplomáticas, porém mais vale o troféu, a cabeça de Raúl Reyes, que as relações com um país irmão", afirmou Correa na entrevista ao El Tiempo. Ele ressaltou que os serviços de informação militar da Colômbia são bons e "sabem que o presidente Correa e seu governo não estão vinculados às Farc".