O Irã rejeitou nesta terça-feira a pressão do Ocidente para uma resposta imediata sobre a oferta internacional de incentivos em troca da suspensão do programa de enriquecimento de urânio. O governo iraniano disse à União Européia que a proposta não tem garantias legais adequadas.

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A reunião entre o negociador-chefe do Irã, Ali Larijani, e a maior autoridade de política externa da UE, Javier Solana, acabou sem sinal de progresso, embora as duas partes tenham concordado em manter contato.

- Precisamos ser pacientes e tentar negociar. Precisamos de mais tempo para que as negociações funcionem - disse Larijani numa entrevista coletiva, referindo-se ao pacote de incentivos econômicos, tecnológicos e políticos proposto pelas grandes potências, em troca da suspensão do programa nuclear do Irã.

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Enquanto isso, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a defender o direito do país de produzir combustível nuclear.

- A nação iraniana não vai recuar nem um milímetro na realização de todos os seus direitos - disse ele, segundo a agência Isna.

Os Estados Unidos haviam exigido uma resposta clara do Irã antes do início da cúpula do G-8, que acontece no fim de semana na Rússia. O Irã havia estabelecido o prazo de 22 de agosto para dar uma resposta, mas Larijani disse que tudo depende da análise da proposta por comitês internos.

Larijani fez uma ameaça velada em resposta à possibilidade de imposição de sanções pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em caso de demora na resposta:

- A segurança do setor de energia da Europa não é coisa pouca, então devemos levar em consideração todas as dimensões.

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Segundo uma autoridade iraniana, Solana não conseguiu responder a todas as perguntas feitas por Larijani.

- Um dos principais problemas dessa proposta é que não há garantias legais claras - disse ele a repórteres iranianos, sob a condição de permanecer anônimo. - Por exemplo, eles nos oferecem um reator, mas não fica claro que país vai fornecê-lo, que empresa, e se o governo pode obrigar essas empresas a entregar os reatores ao Irã se pressionado pelos EUA - completou.

Autoridades da Grã-Bretanha, da França, da Alemanha e da Rússia participaram da conversa junto com Solana.

Uma fonte britânica disse que os iranianos não indicaram qualquer flexibilidade, especialmente na questão da suspensão do programa nuclear:

- Todo mundo que foi à reunião ficou decepcionado.

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Segundo diplomatas, como Rússia e China, que têm poder de veto no Conselho de Segurança, estão hesitantes em impor sanções contra Teerã, há pouca pressão para que o Irã responda logo à oferta apresentada por Solana no dia 6 de junho.

O pacote inclui um reator nuclear moderno, com fornecimento de combustível garantido, além de benefícios econômicos e outros incentivos para que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio.

Algumas fontes ocidentais disseram também que, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, problemas técnicos parecem ter reduzido o ritmo do programa de enriquecimento de urânio do Irã, colocando em suspensão os planos para ampliá-lo.

As potências ocidentais temem que o Irã pretenda construir armas nucleares. O país, que é o quarto maior exportador de petróleo do mundo, afirma que só quer dominar a tecnologia para produzir energia elétrica para fins pacíficos.

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