A mudança climática não é bem um problema sazonal, mas o verão é a única época do ano em que os norte-americanos e a mídia concentram suas atenções nas emergências diárias ligadas ao calor, que vêm alterando a vida em nosso planeta.
No momento, temos uma oportunidade de fazer mudanças fundamentais no modo como o nosso país lida com o meio ambiente, mudanças capazes de consolidar a aceitação pública da mudança climática. Mas precisamos agir logo não somente porque a crise é urgente, mas porque uma única e forte nevasca já seria o bastante para mudar muitas opiniões.
Neste momento, os norte-americanos, que até então têm mantido uma postura cínica sobre o aquecimento global, estão confrontando os fatos. De acordo com uma pesquisa conduzida em julho pela Universidade do Texas, 70% da população dos EUA acredita que o clima está mudando, em comparação com os 65% de março, e apenas 15% afirma o contrário.
O Monitor de Secas dos EUA, da Universidade do Nebraska, relata que as condições de seca, de moderadas a severas, estão levando a uma inflação no valor doméstico de alimentos e a uma alta recorde de preços dos grãos.
A região centro-oeste está se tornando uma vasilha de pó, e o sudeste e a área das Montanhas Rochosas, um forno. Lagos e rios no sul estão secando. E uma série de ondas de calor brutais, tempestades severas e quedas de luz prolongadas têm castigado os residentes do nordeste.
Mas o drama humano mais visível da mudança climática está ocorrendo nas cidades. Os centros urbanos são "ilhas de calor", cujas construções de asfalto, tijolo, concreto e aço atraem o calor enquanto a poluição de automóveis, fábricas e aparelhos de ar condicionado o impede de se dissipar.
Os norte-americanos começaram a levar a sério o problema do calor urbano após 1995, quando uma onda de calor histórica cozinhou a cidade de Chicago.
Mas preocupações crescentes da população dos EUA com o aquecimento global não irão significar nada se os nossos líderes nacionais não estiverem dispostos a aproveitar o momento para fazer algo a respeito.
Tradução: Adriano Scandolara.