Crianças tentam arragar um pouco de comida distribuída no centro de Porto Príncipe. Apesar da ajuda milionária, falta de tudo para os sobreviventes da tragédia| Foto: Kena Betancur/Reuters
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Dólares e euros

Veja os valores já destinados ao Haiti:

União Europeia – 122 milhões de euros (R$ 311 milhões) em ajuda humanitária urgente e 100 milhões de euros (R$ 255 milhões) para a reconstrução e reabilitação imediata.

Comissão Europeia – Mais 200 milhões de euros (R$ 510 milhões) de seu orçamento para a reabilitação a médio e longo prazo.

Reino Unido – US$ 33 milhões(R$ 58 milhões) deveriam ser destinados ontem.

França – 10 milhões de euros(R$ 25,5 milhões) à ONU.

OEA – US$ 170 milhões.

EUA e Bird – US$ 100 milhões cada.

Fonte: da Redação

Países europeus prometeram ontem mais de meio bilhão de dó­­lares em ajuda emergencial e de longo prazo, somado aos pelo me­­nos US$ 100 milhões prometidos anteriormente pelos Estados Uni­­dos e outra quantia equivalente do Banco Mundial.

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Além disso, soldados, médicos e trabalhadores de ajuda humanitária continuaram seguindo para o Haiti ontem, enquanto vítimas do terremoto – que, segundo estimativas, matou 200 mil pessoas – continuam a lutar para conseguir um copo d’água ou um bocado de comida.

Mas a ajuda não está chegando a muitas das vítimas do terremoto ocorrido na terça-feira, impedidos por gargalos de transporte, confusão burocrática, temor de ataques contra comboios e o colapso da au­­toridade local.

Os saques se espalharam por mais partes do centro de Porto Príncipe na media em que centenas de jovens e meninos escalam muros e paredes quebrados para chegar às lojas e pegarem o que quer que encontrem. Um item bastante procurado é pasta de dentes, que as pessoas aplicam sob o nariz para tentar afastar o cheiro dos corpos em decomposição.

Num local, jovens brigavam por rum com garrafas quebradas, facões e lâminas e a polícia disparou tiros no ar para dispersar a multidão. "Estou bebendo o mais que posso. Isso dá coragem", disse Jean-Pierre Junior, utilizando um pedaço de madeira com pregos para proteger sua garrafa de rum.

Mesmo assim, o comandante do Exército norte-americano, te­­nente general Ken Keen, disse que a cidade apresenta menos violência do que antes do terremoto. "Há a violência das gangues? Sim. Ha­­via atos de violência realizados pe­­las gangues antes do terremoto? Absolutamente", disse ele.

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Enquanto os trabalhadores hu­­manitários tentam abrir caminho e chegar ao Haiti, muitas pessoas tentam sair dele. Centenas de cidadãos norte-americanos, ou pessoas que afirmam sê-lo, mostravam seus documentos ao formarem uma longa fila do lado de fora da Embaixada dos EUA, ontem, na ex­­pectativa de conseguir um voo para fora do país.