O novo passaporte chinês, que traz um mapa incluindo como parte da China 19 territórios em disputa com Índia, Filipinas e Vietnã, além da ilha de Taiwan, detonou uma disputa diplomática do gigante asiático com estes países. A preocupação dos especialistas é que o incidente aumente os receios dos países do Sudeste Asiático em relação à postura chinesa a respeito da soberania.
Os governos de Tailândia e Filipinas fizeram reclamações formais. Os oficiais de fronteira vietnamitas foram orientados a não carimbar os passaportes, enquanto os indianos estão carimbando uma versão própria do mapa. Em Manila, houve protestos nas ruas nesta sexta-feira.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, disse em entrevista coletiva na quarta-feira que o episódio não deve ser interpretado de forma exagerada.
"A China está preparada para manter comunicações com países relevantes", afirmou.
A imprensa estatal chinesa informou que o governo começou a emitir o novo passaporte há meses, para introduzir a tecnologia de chips, mas o desenho do mapa chamou a atenção das autoridades após o protesto nas Filipinas. O governo filipino pediu que a China "repudie o conteúdo errôneo" dos documentos, mas o ministro de Finanças do país minimizou o episódio.
"As relações entre as nações são multidimensionais. Enquanto há uma disputa territorial, as relações, pessoais, de negócios e culturais ainda vão bem", afirmou Cesar Purisima ao "The Wall Street Journal".
O Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais, "think tank" da Malásia, considerou "despropositadas" as reclamações, mas argumentou que elas prejudicam as relações da China com os demais países.
"(O mapa) Mostra a falta de consideração de Pequim com as sensibilidades dos países asiáticos", afirmou o diretor de Estudos de Política e Segurança Externa, Tang Siew Mun.
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