Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Israel e outros dez países emitiram uma declaração conjunta nesta terça-feira (30) expressando preocupação sobre a investigação da OMS e da China sobre a origem da Covid-19.
"Juntos, apoiamos uma análise e avaliação transparente e independente, livre de interferência e influência indevida, das origens da pandemia da Covid-19. A esse respeito, nos unimos para expressar preocupações compartilhadas com relação ao recente estudo convocado pela OMS na China, ao mesmo tempo em que reforçamos a importância de trabalharmos juntos para o desenvolvimento e uso de um estudo rápido, eficaz, transparente, com base científica e em um processo independente de avaliação internacional de tais surtos de origem desconhecida no futuro".
O relatório dos pesquisadores internacionais que visitaram Wuhan entre janeiro e fevereiro, produzido em conjunto com cientistas chineses, foi inconclusivo sobre a origem do novo coronavírus, mas elencou quatro teorias em grau de probabilidade, sendo a mais provável a transmissão do vírus aos humanos por meio de um animal intermediário desconhecido, e a menos provável a tese sobre um acidente no laboratório de Wuhan.
Porém, a OMS não teve autoridade para conduzir uma investigação independente durante sua estadia na cidade onde a pandemia começou. Segundo noticiou o Wall Street Journal, a China recebeu direitos de veto sobre quais os cientistas poderiam participar da investigação e impôs limitações estritas aos pesquisadores durante sua visita. O estudo também demorou a ser realizado – um ano após o início do surto – e os cientistas da OMS não tiveram acesso a dados e amostras originais completos – fatos que foram salientados pelos 14 países na declaração conjunta publicada nesta terça.
"É fundamental que especialistas independentes tenham acesso total a todos os dados, pesquisas e recursos pertinentes envolvidos nos estágios iniciais do surto, relevantes para determinar como essa pandemia surgiu. Com todos os dados em mãos, a comunidade internacional pode avaliar de forma independente as origens do Covid-19, aprender lições valiosas com esta pandemia e prevenir futuras consequências devastadoras de surtos de doenças", diz a carta assinada por Estados Unidos, Austrália, Canadá, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Israel, Japão, Letônia, Lituânia, Noruega, Coreia do Sul, Eslovênia e Reino Unido.
A declaração também enfatizou que os países apoiam os esforços da OMS para determinar a origem da pandemia de Covid-19. Eles também disseram que continuarão colaborando com a organização para "inspirar a confiança do público na capacidade do mundo de detectar, se preparar e responder a futuros surtos".
A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, também criticou a interferência da China no relatório da OMS nesta terça-feira. Ela disse que os Estados Unidos acreditam que o estudo não é transparente o suficiente, não apresenta dados cruciais e só oferece um quadro parcial sobre a fonte inicial da pandemia.
Ela também criticou o papel da China no auxílio à OMS, afirmando que o governo do país asiático não garantiu acesso pleno aos dados sobre a origem do vírus. Crítica semelhante foi feita pelo diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após apresentação do relatório.
Em contraste, o especialista que liderou a equipe da OMS que viajou à China, Ben Embarek, disse durante coletiva de imprensa que o volume de descobertas e dados oferecidos pelo relatório é prova da contribuição dos cientistas chineses.
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