Washington e Londres - Os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha criticaram ontem as declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que afirmou mais cedo que o ho­­locausto é apenas um mito criado para justificar a criação de Israel.

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O ministro britânico de Rela­­ções Exteriores, David Miliband, classificou a declaração do líder iraniano de "repugnante’’ e "ig­­no­­rante’’. "É muito importante que a comunidade internacional se levante contra esta onda de in­­sultos’’, disse.

Miliband afirmou ainda que o povo do Irã tem "uma grande história e cultura’’. "Não posso acreditar que a grande maioria deles queira voltar a escrever este capítulo da história, mais que se concentrar no futuro’’, acrescentou.

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A Casa Branca também condenou as "mentiras sem fundamen­­to, ignorantes e cheias de ódio’’ do presidente iraniano. "Já ouvimos esse tipo de retórica no passado, mas é óbvio que condenamos as declarações dele. Quero lembrar aqui o que o presidente disse no Cairo: negar o Holocausto é infundado e ignorante’’, declarou Robert Gibbs, porta-voz de Barack Obama, referindo-se ao discurso do presidente americano para o mundo muçulmano.

Condenação

Desde que chegou ao poder pela primeira vez, Ahmadinejad provocou condenação internacional por dizer que o Holocausto é uma mentira e que Israel é um "tumor’’ no Oriente Médio. Seu governo chegou a realizar uma conferência em 2006 para questionar o fato dos nazistas de Hi­­tler terem usado câmaras de gás para matar 6 milhões de judeus na Segunda Guerra (1939-1945) – um fato considerado verídico pela maioria dos historiadores.

Os críticos de Ahmadinejad dizem que o tom de seus discursos ajudou a isolar o Irã e as novas declarações devem prejudicar os esforços renovados da comunidade internacional por um diálogo de desnuclearização. O próprio governo iraniano ofereceu uma nova proposta de diálogo nuclear, mas rejeita incluir seu próprio programa nuclear no debate. O país deve se reunir com as potências globais em 1.º de ou­­tubro.

"Promover essas mentiras maldosas só contribui para isolar mais ainda o Irã do resto do mundo’’, afirmou Gibbs.

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Na Alemanha, onde o tema ainda é marcado de tensões, o ministro de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, também condenou a declaração de Ah­­madinejad e afirmou que o ul­­traconservador presidente é uma desgraça para o país. Negar o Ho­­locausto é considerado crime na Alemanha, passível de pena de até cinco anos de prisão.