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Cerca de 40 países, entre eles o Brasil, apoiaram nesta segunda-feira uma declaração para denunciar as represálias impostas por Israel contra a Palestina em resposta à aprovação na Assembleia Geral da ONU de uma resolução que solicita à Corte Internacional de Justiça um "parecer consultivo" sobre a ocupação israelense de territórios palestinos.
O texto, distribuído por fontes palestinas, expressa "profunda preocupação com a decisão do governo de Israel de impor medidas punitivas" por conta desse documento, que foi aprovado pelos Estados-membros das Nações Unidas no final de dezembro com 87 votos a favor, 26 contra e 53 abstenções.
Além do Brasil, entre os signatários da declaração tornada pública hoje estão vários países europeus, incluindo alguns que votaram contra a resolução no mês passado; nações latino-americanas como Argentina, Chile, Cuba e México; e alguns Estados de outros continentes, como Japão, Argélia e Nova Zelândia.
O secretário-geral da ONU, ao ser questionado sobre a questão, também disse nesta segunda-feira por meio de uma porta-voz que não deve haver medidas de retaliação contra a Palestina pela solicitação à Corte Internacional de Justiça.
Segundo a imprensa israelense, entre as ações tomadas por Israel em resposta ao texto da Assembleia da ONU está o congelamento de certos fundos que corresponderiam a palestinos.
A iniciativa aprovada em dezembro pela Assembleia Geral por proposta do governo palestino pedia ao mais alto tribunal das Nações Unidas que se pronunciasse sobre o conflito de acordo com o direito internacional e a Carta da ONU.
Além disso, pede que se investigue as medidas israelenses destinadas a alterar a composição demográfica e o status de Jerusalém e exige que Israel não aplique leis e medidas "discriminatórias".
As autoridades palestinas receberam sua aprovação como uma grande vitória diplomática, enquanto o governo israelense a repudiou imediatamente.