Os governos de França, Reino Unido e Itália terão reuniões separadas hoje para discutir a aplicação de uma resolução aprovada ontem pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A resolução prevê "todos os meios necessários" para proteger os civis das tropas leais ao governante Muamar Kadafi. Mais cedo, um porta-voz do governo francês afirmou que ataques aéreos contra a Líbia devem começar "rapidamente".
Os ataques aéreos na Líbia devem envolver Estados Unidos, Reino Unido e França. A resolução da ONU inclui a imposição de uma zona de exclusão aérea no país do norte africano, mas não autoriza ataques por terra. O porta-voz francês, François Baroin confirmou que a França participará dos ataques aéreos contra a Líbia.
Kadafi prometeu "transformar num inferno a vida" dos que atacarem a Líbia. O ditador falou em entrevista à televisão estatal portuguesa, horas antes da aprovação da resolução na ONU. "Se o mundo ficar louco, também ficaremos", afirmou Kadafi. "Nós responderemos. Nós vamos transformar a vida deles num inferno. Que racismo é esse, esse ódio? Que loucura é essa?"
O governo da Líbia negou hoje que fechará seu espaço aéreo. Governos europeus, porém, decidiram proibir todos os voos civis no país, informou a agência de tráfego aéreo europeia. Com isso, fica aberto o caminho para os ataques aéreos.
Discussão
O primeiro-ministro francês, François Fillon, se reúne a partir do meio-dia (de Brasília) com o ministro das Relações Exteriores Alain Juppé, e o da Defesa, Gerard Longuet, para discutir a aplicação das sanções à Líbia.
O governo italiano realiza reunião em Roma para discutir a "contribuição da Itália na implementação da zona de exclusão aérea", disse uma fonte do governo. A reunião é comandada pelo premiê italiano, Silvio Berlusconi. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também comandou uma reunião para tratar do tema. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também terá uma reunião hoje sobre a Líbia, disse uma porta-voz da aliança.
Inspirado pelos casos de Tunísia e Egito, que resultaram na deposição dos presidentes desses países, o levante na Líbia começou no dia 15 de fevereiro, com protestos contra o governante Muamar Kadafi. As forças oficiais, porém, têm retomado várias posições dos rebeldes nos últimos dias. Autoridades líbias ameaçam agora lançar um violento ataque contra Benghazi, principal cidade controlada pelos rebeldes.
O promotor-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), José Luis Moreno-Ocampo, disse hoje que qualquer ataque indiscriminado contra civis em Benghazi seria considerado "crime de guerra". "Os comandantes serão responsáveis. Como promotor do TPI, eu pedirei um mandado de prisão para eles."
Segundo a rede de TV CNN, os ataques devem incluir ações contra a Força Aérea líbia e também contra unidades que atacam áreas controladas pelos rebeldes no leste do país. Além disso, deve haver ataques contra o sistema antiaéreo.
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