1 milhão de habitantes é a população de Benghazi, na Líbia, a segunda maior cidade do país e o local onde o levante líbio contra Muamar Kadafi teve início, em 2011. O ditador foi posteriormente deposto e morto depois que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deu apoio ao movimento. Desde então, houve deterioração da segurança no país e militantes ligados à Al-Qaeda operam no país, além de outros grupos islamitas.

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Os governos do Reino Unido, Alemanha e Holanda pediram ontem que seus cidadãos deixem imediatamente a cidade de Benghazi, no leste da Líbia, depois do que foi descrito como uma ameaça iminente contra ocidentais. O governo líbio, por sua vez, achou a medida descabida.

"Nada justifica esta reação", declarou o vice-ministro do Interior, Abdullah Massoud, acrescentando que "há pontos de interrogação sobre o comunicado [britânico]". Ele afirmou estar "espantado" com o tom do documento divulgado ontem pela chancelaria britânica, mas não citou a medida tomada pelos demais países.

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Segundo uma fonte com conhecimento da questão, a ameaça parece ter ligação com extremistas islâmicos. A fonte, que pediu para não ser identificada, disse que o governo britânico sabe que o grupo Al-Qaeda no Magreb Islâmico (chamado de Aqim) usa o norte do Mali como base de operação e mostrou ter capacidade para viajar longas distâncias para realizar seus ataques.

O Aqim e outros grupos se espalharam por um território que abrange o Mali, Argélia, Líbia e Chade. Autoridades europeias disseram à Associated Press que escolas estão entre os potenciais alvos de ataques.

A advertência sobre Benghazi, que abriga os escritórios de muitas empresas estrangeiras do setor petrolífero, foi feita depois de o governo líbio ter declarado, na quarta-feira, que estava intensificando a segurança em seus campos de exploração de petróleo após o ataque a uma usina de gás na Argélia na semana passada. O ataque, contra uma instalação operada pela britânica BP, pela norueguesa Statoil e pela estatal argelina Sonatrach, deixou pelo menos 37 trabalhadores estrangeiros mortos.

A medida tomada pelos governos alemão, britânico e holandês ocorreu também um dia depois de a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton ter testemunhado no Congresso a respeito do ataque realizado contra a missão diplomática dos EUA em Benghazi em 11 de setembro de 2012, que resultou na morte do embaixador norte-americano na Líbia e de outras três pessoas.