Os países do Golfo pediram garantias sobre o acordo em matéria nuclear assinado no último domingo entre o Grupo 5+1 e o Irã, informou nesta quinta-feira (28) o ministro do Interior de Bahrein, Rashid bin Abdullah al Khalifa.
O representante bareinita participou da 32ª reunião de ministros de Interior do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), realizada hoje em Manama e à qual compareceram os responsáveis dessa pasta dos seis Estados-membros (Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Omã e Catar).
Segundo Khalifa, "o acordo inicial entre Irã e as principais potências sobre seu programa nuclear faz com que esperemos que estes países expliquem aos líderes e aos povos da região que o pacto servirá para estabilizar a região e que não será a custo da segurança de qualquer um dos países do CCG".
"Não é um segredo que em Bahrein vimos que o que ameaça nossa segurança são as conexões externas", acrescentou Khalifa, em alusão aos protestos da maioria xiita que exige reformas políticas à monarquia sunita governante.
Os Estados do Golfo cumprimentaram com cautela o novo acordo alcançado entre o Grupo 5+1 e o Irã sobre seu programa nuclear, o qual haviam se oposto abertamente antes de sua assinatura.
O pacto alcançado em Genebra pelo Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França mais Alemanha) com o Irã estabelece o congelamento do programa nuclear iraniano durante seis meses, tempo no qual os países envolvidos tentarão chegar a um acordo global e definitivo.
O governo iraniano mantém relações tensas com a maioria dos países do Golfo, que acusaram repetidamente de estar por trás dos distúrbios que são registrados dentro de suas fronteiras.
Arábia Saudita e Bahrein acham que o Irã apoia os cidadãos xiitas que iniciaram em seus países os protestos relacionados com a chamada Primavera Árabe, em 2011, para solicitar reformas.
Os Emirados Árabes Unidos também mantém umas relações difíceis com o Irã sobre três ilhas que disputam, enquanto que o Catar - junto com a Arábia Saudita, Kuwait e Bahrein - viu piorar suas relações com o governo iraniano por seu apoio ao regime do presidente sírio, Bashar al Assad.