Reunidos em Brasília para a incorporação da Venezuela ao Mercosul, os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela) e José Pepe Mujica (Uruguai) descartaram nesta terça-feira (31) a possibilidade de retaliações e sanções ao Paraguai, suspenso do bloco até abril do próximo ano.
Em declaração à imprensa, Dilma reiterou que a suspensão do Paraguai foi uma reação à destituição do então presidente Fernando Lugo do poder, cujo processo não respeitou princípios democráticos.
"Não somos favoráveis às retaliações econômicas que possam causar prejuízos ao Paraguai. Nossa perspectiva é que o Paraguai normalize sua situação interna para que possa reaver sua situação plena no Mercosul", disse a presidente Dilma, depois de se reunir com Chávez, Cristina e Mujica, no Palácio do Planalto.
Em seguida, Dilma acrescentou: "O governo brasileiro e os demais apresentamos a nossa visão. O que nos moveu foi o compromisso inequívoco com a democracia, com o sentido de preservar e fortalecer a democracia na nossa região". Em junho, os presidentes anunciaram a suspensão do Paraguai por suspeitarem do processo de impeachment, que durou menos de 24 horas e tirou Lugo do governo após oferecer prazo de duas horas de defesa ao então presidente.
A presidente Cristina Kirchner completou ainda que a medida definida pelo Mercosul de suspensão temporária do Paraguai foi resultado da necessidade de os líderes políticos da região conseguirem manter a democracia, conquistada com "grande dificuldade". Segundo ela, não se pode dar espaço a situações que ameacem as instituições democráticas sul-americanas.
O Paraguai permanece suspenso do Mercosul até as eleições de 21 de abril de 2013, quando os eleitores irão às urnas votar para presidente, vice-presidente, governador e senador. O ex-presidente Lugo é candidato ao Senado.