Será difícil definir um novo tratado climático de cumprimento compulsório na próxima conferência da ONU no México, disseram nesta segunda-feira delegados de nações em desenvolvimento, gerando novas dúvidas sobre a perspectiva de um acordo climático neste ano.

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Reunidos no Rio de Janeiro, os ministros de Meio Ambiente de Brasil, África do Sul, Índia e China - conhecidos conjuntamente sob a sigla Basic - disseram que os países desenvolvidos não têm se empenhado suficientemente em reduzir suas emissões de gases do efeito estufa ou ajudar os países em desenvolvimento a fazerem isso.

A demora dos Estados Unidos e da Austrália em implementar medidas para a redução das emissões de carbono contribuíram com o clima sombrio a respeito dos possíveis resultados da reunião de Cancún, no México, em dezembro.

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"Se até lá chegarmos a Cancún (o Senado dos EUA) ainda não tiver completado a legislação, então claramente obteremos menos do que um resultado juridicamente vinculante", disse a ministra de Água e Meio Ambiente da África do Sul, Buyelwa Sonjica.

"Para nós essa é uma preocupação, e somos muito realistas com o fato de que podemos não (concluir o tratado)", afirmou ela.

Os ministros disseram que nenhuma proposta específica para as negociações climáticas surgiu na reunião do bloco, no domingo e na segunda-feira.

"Acho que estamos um pouco mais sábios após Copenhague, nossas expectativas para Cancún são realistas - não podemos esperar milagres", disse o ministro indiano do Meio Ambiente, Jairam Ramesh.

Ele acrescentou que os países não cumpriram promessas de 30 bilhões de dólares em financiamento rápido para programas de redução de emissões em países pobres.

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"A razão mais importante pela qual vai ser difícil é a incapacidade de os países desenvolvidos trazerem clareza a respeito dos compromissos financeiros que assumiriam no Acordo de Copenhague", acrescentou, referindo-se às propostas - sem obrigatoriedade jurídica - resultantes da reunião da ONU em dezembro passado.

A conferência de Cancún será a próxima chance de concluir o tratado destinado a reduzir as emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas no planeta.

Divergências entre países ricos e pobres foram os principais motivos que levaram ao fracasso da conferência de Copenhague.