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Em meio às crescentes tensões causadas pelas queimas de exemplares do Alcorão na Suécia e Dinamarca, o Irã revelou que os países membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) estão considerando a possibilidade de um boicote aos produtos destes dois países europeus.
O Ministro das Relações Exteriores do do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, anunciou nesta segunda-feira (21) em uma entrevista coletiva realizada na capital Teerã, que a discussão sobre o boicote foi levantada durante a última reunião dos ministros de Relações Exteriores da OCI.
"O mundo islâmico e a comunidade islâmica não tolerarão a contínua profanação do Alcorão sagrado", afirmou Amir-Abdollahian, enquanto exortava a Suécia e a Dinamarca a agirem antes que a situação "se agrave ainda mais".
O ministro iraniano também alertou que esses países deveriam estar "seriamente preocupados com o crescimento do extremismo, da violência e do terrorismo na Europa".
A reunião dos ministros das Relações Exteriores dos 57 países-membros da OCI ocorreu no final de julho, ocasião em que denunciaram as "repetidas" queimas de cópias do Alcorão na Suécia e na Dinamarca.
Os representantes dos países membros da organização expressaram sua preocupação de que a liberdade de expressão “não seja usada como pretexto para a disseminação do ódio”.
As queimas de exemplares do Alcorão desencadearam uma série de protestos em países muçulmanos. Durante o último mês, diversas pessoas incendiaram cópias do livro sagrado para os muçulmanos em frente às embaixadas de nações árabes e do Irã em Estocolmo e Copenhague. Esses atos provocaram grandes manifestações no Iêmen e no Iraque, onde a embaixada sueca foi alvo de um incêndio.
Uma figura central nos incidentes recentes, o refugiado iraquiano Salwan Momika, conhecido por ter liderado atos semelhantes, queimou um exemplar do Alcorão em frente à embaixada do Irã em Estocolmo há três dias. Até o momento, as autoridades iranianas não reagiram publicamente a esse episódio. (Com Agência EFE)