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A destituição do presidente Fernando Lugo no Paraguai, após um processo com menos de 48 horas de duração, mereceu uma nova bateria de críticas dos países latino-americanos e da Espanha.

Em Madri, o Executivo espanhol divulgou um comunicado em que defendeu o "pleno respeito à institucionalidade democrática" no país, e que "tomou nota" da decisão de Lugo em acatar a decisão do Congresso paraguaio.

Mas declarou também que mantém contato com os integrantes da Unasul (bloco dos países sul-americanos) e da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a crise política.

Entre os países latino-americanos, era quase impossível encontrar manifestações de apoio à "troca" de presidentes no país vizinho.

À semelhança de outras nações do subcontinente, a Costa Rica disse que o processo tinha "aparências de golpe de Estado", enquanto o Peru qualificou o julgamento político de "golpe contra a democracia".

O presidente peruano Ollanta Humalla não descartou a adoção de medidas no âmbito da Unasul, numa sinalização semelhante a de sua colega brasileira Dilma Rousseff.

Já o governo de El Salvador afirmou que a destituição de Lugo "torna vulnerável a ordem democrática", enquanto o Executivo mexicano disse que o julgamento não foi justo, sem espaço para defesa.

"Embora o processo de julgamento político tenha se desenrolado seguindo o procedimento estabelecido no texto constitucional paraguaio, o México considera que este procedimento não concedeu ao ex-presidente Lugo os espaços e tempos para a devida defesa", expressou a chancelaria do México.

No Chile, o ministro das Relações Exteriores, Alfredo Moreno, fez críticas no mesmo sentido.

O chefe da diplomacia chilena ressaltou que "claramente isso não cumpriu com os padrões mínimos do devido processo que merece qualquer pessoa".

Moreno expressou que, "por enquanto, o mais importante é fazer as gestões e acompanhar o presidente".

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