Os 189 países signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) conseguiram dar ontem o primeiro passo para a adoção de um plano para o desarmamento nuclear, incluindo a proibição desse tipo de armas no Oriente Médio. No entanto, mesmo dando o sinal verde para a realização de uma conferência em 2012, que deve tentar "estabelecer o Oriente Médio como zona livre de armas nucleares e de destruição em massa", os Estados Unidos impuseram uma série de condições para a continuidade das negociações.

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A participação de Israel é considerada um item fundamental na declaração final de 28 páginas aprovada por consenso pelos signatários do tratado.

O general James Jones, do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, disse ontem à noite que os país tem "sérias reservas" sobre a realização de uma conferência em 2012. Ele disse ainda que a ampla cooperação de todos os países da região para controlar a proliferação de armas é condição essencial para a paz no Oriente Médio, em mensagem implícita ao Irã. Os EUA acreditam que o governo iraniano está desenvolvendo seu programa nuclear com o objetivo de produzir armas, apesar de Teerã negar a acusação norte-americana.

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O representante do conselho de segurança norte-americano defendeu Israel, tradicional aliado norte-americano, país que não é signatário do TNP e que foi citado no documento. Como copatrocinador da conferência, os EUA reafirmam que o evento só acontecerá "se e quando todos os países estiverem confiantes de que poderão participar".

A proposta para uma zona livre de armas de destruição em massa no Oriente Médio, inclui a menção para que Israel entregue seu arsenal não declarado de cerca de 80 armas nucleares, já havia sido endossada pela conferência do TNP de 1995, mas nunca foi efetivada. No encontro deste mês, o assunto foi considerado um item fundamental, na declaração final de 28 páginas aprovada por consenso pelos signatários do tratado. No entanto, a reação norte-americana levantou questões e dúvidas se Israel, Irã ou outros países de fato participarão do encontro previsto para daqui a dois anos.

Plano

Os signatários do TNP adotaram ontem um plano detalhado de pequenos passos de uma longa estrada na direção do desarmamento nuclear, incluindo uma proposta muito debatida sobre a proibição desse tipo de armas no Oriente Médio. A Declaração Final de 28 páginas foi aprovada por consenso no último dia da conferência, que teve duração de um mês, realizada a cada cinco anos para revisar e estabelecer objetivos mais avançados para o TNP, que já tem 40 anos.

Pelo plano de ação, os cinco países que reconhecidamente possuem armas nucleares - Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China - se comprometem a acelerar suas reduções de armas, a tomar outras medidas para diminuir a importância das armas nucleares e a fazerem um relatório sobre seus progressos até 2014. O documento final também convoca uma conferência em 2012 "sobre o estabelecimento de um Oriente Médio como uma zona livre de armas nucleares e de todos os tipos de armas de destruição em massa."

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