Os países do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) adotaram sanções contra 29 pessoas ligadas ao regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro. As medidas proíbem os afetados de entrar e transitar pelos países membros do tratado. Ministros de Relações Exteriores e representantes de 15 países membros, incluindo o Brasil, se reuniram nesta terça-feira (3) em Bogotá, Colômbia.
Essa é a primeira decisão concreta do órgão de consulta após a decisão de ativar o Tiar - que é um tratado de defesa mútua equivalente à Otan para os países americanos - para tratar da ditadura chavista na Venezuela.
Durante a reunião, o presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu maior articulação entre os países para aplicar sanções ao regime de Maduro.
"A América Latina hoje, mais do que nunca, precisa aumentar sua voz, e a coordenação de sanções e ações que podemos emitir a partir daqui será um passo a mais para avançar até a reconstrução da democracia na Venezuela", afirmou Duque, que disse que a aplicação do Tiar nessa questão é necessária porque o regime de Maduro representa "uma ameaça a toda a região".
Maduro considerou a reunião do Tiar um "fracasso". "Fracassou a reunião do Tiar, com a Venezuela ninguém se mete. Foi uma reunião de fantoches, de palhaços, não podem com a Venezuela. Repudio o discurso de Iván Duque", afirmou Maduro, segundo a imprensa venezuelana.
Diosdado Cabello, número dois do chavismo, disse que o Tiar é um "mecanismo inútil", que falhou na única vez que foi invocado, em referência à Guerra das Malvinas em 1982. "Podem dizer que vão invadir a Venezuela se quiserem, e é provável que entrem, mas aqui vamos dar a eles uma das maiores lições do mundo", disse Cabello, segundo a imprensa local.
Os países membros do Tiar que participaram da reunião foram:
- Argentina
- Brasil
- Chile
- Colômbia
- Costa Rica
- El Salvador
- Estados Unidos
- Guatemala
- Haiti
- Honduras
- Panamá
- Paraguai
- Peru
- República Dominicana
- Venezuela (representada pelo governo interino de Juan Guaidó)
As seguintes pessoas foram alvo das sanções:
- Nicolás Maduro
- Cilia Flores
- Diosdado Cabello
- Marlene Contreras de Cabello
- José David Cabello
- Jorge Arreaza
- Luis Damiani
- Arcadio Delgado
- Tarek El Aissami
- Rafael Franco
- Alexander Gramcko
- Gladys Gutiérrez
- Hannover Guerrero
- Ivan Hernández Dala
- Tibisay Lucena
- Carlos Malpica
- Juan José Mendoza
- Maikel Moreno
- Calixto Ortega
- Vladimir Padrino
- Manuel Quevedo
- Delcy Rodríguez
- Jorge Rodríguez
- Tarek William Saab
- Lourdes Suárez
- Iris Varela
- Carmen Zuleta de Merchán
- Raul Gorrín
- Alex Saab