Os líderes de 53 países reunidos na Cúpula de Segurança Nuclear de Seul lançaram ontem uma chamada destinada a reduzir o uso do urânio altamente enriquecido até o final de 2013 e a tomar medidas para que seu manejo seja mais seguro.
Em comunicado emitido ao término do encontro, os dirigentes instaram ainda à adesão aos instrumentos multilaterais relacionados à segurança nuclear e sublinharam o "papel central" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) neste terreno.
A declaração, contendo 13 pontos, destaca também a relação entre a segurança nas usinas atômicas e a prevenção de delitos nucleares, e reforça o compromisso dos 53 países de potenciar a segurança no transporte de materiais nucleares e radioativos e combater seu trânsito ilegal.
Terrorismo
Em linha com a primeira Cúpula de Segurança Nuclear, realizada em Washington em 2010, os líderes assinalaram que o terrorismo nuclear continua sendo uma das ameaças que mais desafiam a segurança internacional.
Sublinharam que é uma "responsabilidade fundamental dos Estados" manter a segurança efetiva de todo seu material nuclear, assim como das instalações atômicas sob seu controle, e evitar que os materiais, a informação e a tecnologia nucleares caiam em mãos de grupos hostis.
Com esse objetivo, planejam criar uma "arquitetura de segurança nuclear global" com a adesão do maior número possível de países aos acordos e convenções internacionais vinculados à proteção do material atômico.
Os líderes também destacaram que o urânio altamente enriquecido e o plutônio, materiais que permitem a fabricação de armas atômicas, requerem "precauções especiais", e por isso apelaram que os Estados os retirem de forma "segura" das instalações onde já não são utilizados.
Neste sentido, defenderam o uso de urânio de baixo enriquecimento, em lugar dos isótopos de maior nível.
A reunião também foi uma oportunidade para que EUA, China e Coreia do Sul discutissem nos bastidores o projeto norte-coreano de enviar ao espaço, em abril, um foguete de longo alcance que, segundo Pyongyang, transportará um satélite. Washington e seus aliados suspeitam de um teste de míssil.