O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, assinou na quarta-feira um pedido para fazer parte da Corte Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU). O movimento pode abrir caminho para acusações de crimes de guerra contra Israel.
Abbas fez o anúncio durante uma reunião de lideranças em Ramallah, transmitida pela tevê. Segundo o presidente, a decisão foi tomada depois que a resolução palestina ordenando que Israel se retire da Cisjordânia em três anos foi rejeitada pelo Conselho de Segurança da ONU, na última terça-feira.
"Há uma agressão contra nós, contra nosso país. O Conselho de Segurança nos desapontou", disse.
O movimento marca uma grande mudança diplomática, elevando as relações de Abbas com Israel de tensas a abertamente hostis. A estratégia também tem riscos, uma vez que os próprios palestinos também podem ser acusados de crimes de guerra.
Benjamin Netanyahu, o primeiro ministro de Israel, prometeu tomar "medidas retaliatórias". Ele lembrou também que é Abbas quem deveria se preocupar com a corte de Haia, uma vez que lidera um governo de unidade com o Hamas, grupo político muçulmano que é visto como terrorista em muitos países.
Netanyahu também defendeu os militares israelenses, afirmando que são "o exército mais moral do mundo."
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Jeff Rathke afirmou que os Estados Unidos estão "profundamente perturbados" com a escalada da diplomacia palestina, afirmando que ela é "contraproducente" e que "não ajuda em nada as aspirações do povo palestino de criar um estado soberano e independente."
Segundo Robbie Sabel, um especialista em Direito Internacional da Universidade Hebraica de Jerusalém, Haia poderia julgar apenas casos cometidos a partir de agora, não incidentes passados. Além disso, os palestinos também podem ser alvos de ações. "É por isso que os palestinos hesitaram até agora. O Tribunal Penal Internacional funciona nos dois sentidos", disse.
No entanto, o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, afirmou repetidas vezes que os palestinos não têm medo dessa possibilidade.
Para Balkees Jarrah, um conselheiro do Human Rights Watch, o movimento palestino pode ajudar a solucionar crimes de ambas as partes. "Este passo de Ramallah é um importante sinal de que os dias de quase completa impunidade podem estar perto do fim", disse.
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