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Estagnadas

Palestina pede e Lula defenderá negociação de paz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestina, Riad Al-Malki, no Palácio do Planalto | Valter Campanato/ABr
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestina, Riad Al-Malki, no Palácio do Planalto (Foto: Valter Campanato/ABr)

Empenhada em evitar que a crise financeira internacional jogue para o segundo escalão a discussão de seu acordo com Israel, a Palestina obteve nesta quinta-feira (23) o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que defenderá a necessidade de retomada dessas negociações de paz nas conversas reservadas que terá nos próximos dois meses com os presidentes Nicolas Sarkozy, da França, e Dmitri Medvedev, da Rússia. Em visita oficial ao Brasil, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestina, Riad Al-Malki, declarou-se preocupado com o risco de a crise afetar o compromisso da comunidade internacional com o processo de pacificação do Oriente Médio.

As negociações de estão praticamente estagnadas desde o final de 2007, quando houve uma mudança significativa de patamar. Em novembro do ano passado, durante a Conferência de Annapolis (EUA), o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, concordaram em realizar um esforço negociador para alcançar um acordo até o final de 2008. Esse compromisso foi assumido diante de 49 países entre os quais o Brasil. Um mês depois, em uma conferência em Paris, a Autoridade Palestina recebeu a promessa de injeção de US$ 7,4 bilhões até o final de 2010 em projetos que permitissem a consolidação do Estado palestino. O Brasil contribuiu com 0 13% desse total - US$ 10 milhões.

Neste ano, entretanto, a segunda reunião do fórum de Annapolis, prevista para ocorrer em Moscou (Rússia), não chegou a ser agendada. "Nós, palestinos, também estamos preocupados com a crise. Não somente porque recebemos apoio financeiro de outros países, mas porque a crise pode afetar o compromisso da comunidade internacional de apoiar as negociações de paz", afirmou Al-Malki.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, será natural esperar que, neste momento de crise, os países se concentrem nos temas emergenciais e abandonem assuntos antes prioritários. Mas ponderou que a comunidade internacional deve ter consciência de que alguns problemas políticos têm, obrigatoriamente, de ser resolvidos, sob pena de virem a agravar a própria crise. Se forem esquecidos, advertiu ele, esses dilemas podem ressurgir de maneira mais grave.

Para Amorim, a crise financeira tornou mais complexo o tabuleiro das relações internacionais e promoveu o surgimento de novos atores. "O Brasil pode trazer um ar fresco, nova aragem, sobre esse tema. Afinal, os mesmos que negociam há 50 anos (a paz entre Palestina e Israel) não tiveram muitos resultados", completou.

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