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Milhares de partidários do Hamas marcharam nesta sexta-feira para celebrar a vitória do grupo radical islâmico sobre o movimento secular Fatah na região. Os últimos redutos controlados pelo grupo ligado ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, caíram na quinta-feira, levando o líder a dissolver o governo e declarar estado de emergência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Salam Fayyad foi nomeado nesta sexta-feira por Abbas como novo primeiro-ministro de um governo de emergência. O Hamas hasteou suas bandeiras nas istalações dos rivais e o primeiro-ministro do antigo governo, Ismail Haniyeh, um dos fundadores do Hamas, disse que não vai acatar a destituição do governo.

Fayyad foi ministro das Finanças do governo de unidade entre o Hamas e o Fatah, formado três meses atrás. Ele é considerado um moderado dentro do Fatah e com bom diálogo com o Ocidente.

Em um comunicado, Abbas disse estar "declarando estado de emergência em todas as terras da Autoridade Palestina, por causa da guerra criminosa na Faixa de Gaza e de um golpe militar". Abbas decidiu formar um gabinete de emergência e governar por decreto, mas não descartou a convocação de eleições antecipadas.

Em clima de festa, integrantes do Hamas perseguiam seguidores do Fatah em Gaza, matando alguns deles e exibindo um corpo mutilado de um adversário pelas ruas. Fontes hospitalares disseram que pelo menos 30 pessoas morreram durante o dia, elevando para mais de 110 o total de mortes desde sábado.

Dezenas de combatentes do Fatah fugiram do conflito e se refugiaram no Egito, onde entregaram suas armas a autoridades. Nesta sexta-feira, o Hamas libertou dez membros da facção rival que havia feito prisioneiros. Os homens foram entregues a Ahmed Helles, um dos líderes do Fatah na Faixa de Gaza. Helles havia se recusado a entrar em choque com o Hamas.

Alguns dos 1,5 milhão de habitantes de Gaza, a maioria pobres, vêem com preocupação a ascensão do grupo islâmico, decidido a desafiar o embargo israelense e ocidental. Mas o Hamas tem muitos seguidores, além de apoio da Síria e do Irã.

O porta-voz de Rice disse que ela "enfatizou o apoio americano ao presidente Abbas, aos palestinos moderados que se comprometeram a trabalhar com o governo israelense, trabalhar com outros ao redor do mundo na questão da paz".

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