Gaza O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, do Hamas, apresentou ontem a renúncia de seu gabinete, durante um encontro com o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, da facção rival Fatah. A medida dará início ao processo de formação de um novo governo de união nacional palestino, e põe fim a meses de negociações para um acordo de divisão do poder nos territórios palestinos.
Embora criado com o objetivo de pôr fim a um embargo imposto ao gabinete do Hamas, o novo governo não tem a garantia de que será reconhecido pela comunidade internacional. Ontem, assessores de Abbas adiantaram que os Estados Unidos devem manter o boicote ao Executivo palestino.
Vencedor das eleições parlamentares palestinas de 2006, o Hamas é considerado um grupo terrorista por Estados Unidos, União Européia e Israel. Desde que o grupo assumiu o poder, o governo palestino não tem recebido os repasses de verbas fornecidos por esses países.
"Hoje ativamos o procedimento de formação do governo da união nacional. O irmão Ismail Haniye me apresentou sua demissão e eu o encarrego de formar um novo gabinete", declarou o presidente palestino em entrevista coletiva.
Fontes palestinas disseram que Haniye usou a reunião para entregar a Abbas sua carta de renúncia, condição legal para que o político do Fatah possa encomendar ao do Hamas a formação de um novo Executivo.
"Como chefe do governo atual, apresento minha demissão para que se cumpram as gestões constitucionais para a formação de um governo de união", disse Haniye.
Em seguida, Abbas entregou-lhe outra carta, na qual pediu ao líder do Hamas a formação de um novo governo, segundo o acordo firmado em Meca na semana passada com a mediação da Arábia Saudita. Haniye terá cinco semanas para executar a tarefa.