Jerusalém e Ramallah - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, alertou ontem que novas construções nos assentamentos judaicos na Cisjordânia irão levar a um fim nas negociações diretas de paz. Abbas deu as declarações após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ter dito ao premier palestino que as construções continuarão, informou um funcionário graduado da Autoridade Palestina. Os dois líderes passaram o dia em negociações em Jerusalém.
As declarações de Abbas foram dadas após o enviado do presidente dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, ter dito que Netanyahu e Abbas estavam fazendo progressos na solução do problema dos assentamentos judaicos na Cisjordânia.
O funcionário palestino disse que Netanyahu afirmou a Abbas, durante as negociações, que as construções nos assentamentos "irão continuar". Abbas então respondeu: "Se as construções continuarem, eu vou suspender as negociações". Cerca de 500 mil judeus vivem nos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio a 2,5 milhões de palestinos. Os palestinos reivindicam a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, territórios capturados na Guerra dos Seis Dias de 1967, como parte do seu futuro Estado.
Netanyahu já tem dado sinais, nas últimas semanas, de que não estenderá o prazo para uma moratória parcial nas construções nos assentamentos da Cisjordânia, que vencerá no fim deste mês. O presidente dos EUA, Barack Obama, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediram a Netanyahu que estenda a moratória às construções.
Mais cedo, Hillary havia dito que os dois líderes tentavam resolver a questão dos assentamentos. "Eu acredito que eles estão sérios sobre chegar a um acordo... esta é a hora e esses são os líderes, e os Estados Unidos irão apoiá-los, enquanto eles tomam decisões difíceis", afirmou a secretária de Estado norte-americana mais cedo.
Retomada
As negociações diretas, patrocinadas pelos Estados Unidos, foram retomadas na terça-feira no resort egípcio de Sharm el-Sheikh. Israel e a Autoridade Palestina ficaram mais de 20 meses sem negociar.