O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, e o máximo dirigente do Hamas, Khaled Meshaal, assinaram nesta quinta-feira, em Meca, um acordo para a formação de um Governo de união nacional, que visa pôr fim à violência entre os dois principais grupos palestinos - e que já mataram mais de 90 palestinos desde dezembro - e superar os embargos econômicos impostos pelo Ocidente devido às posições radicais do Hamas. A assinatura foi feita no Palácio dos Convidados, em cerimônia presidida pelo rei Abdullah da Arábia Saudita e que também teve a presença do primeiro-ministro da ANP, Ismael Haniyeh.
O movimento nacionalista Fatah e o grupo radical islâmico Hamas se comprometem no "Acordo de Meca" a pôr fim ao derramamento de sangue nos territórios palestinos. Além disso, o documento destaca a importância da união nacional como base para combater a ocupação israelense, afirmou durante a cerimônia o conselheiro de informação do presidente palestino, Nabil Amr.
O acordo assinado e lido pela autoridade do Fatah Nabil Amr não faz menção ao reconhecimento de Israel, mas um discurso feito pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, e lido por Amr, informou que o novo governo deve aceitar a "lei internacional'' e os acordos firmados pela Organização de Libertação da Palestina (OLP).
Fontes palestinas próximas à negociação disseram que o Hamas está disposto a "respeitar'' os acordos se eles "não contradizerem os interesses palestinos''.
A distribuição de cargos importantes do gabinete também fazem parte do acordo. Segundo fontes próximas aos dois lados, foram acertados os nomes dos titulares das pastas das Finanças e das Relações Exteriores. O Ministério do Interior iria para um nome independente, embora ele ainda não tivesse sido definido. Os três ministérios estavam nas mãos do Hamas desde as eleições do ano passado, em que o grupo derrotou o Fatah.
Israel e os EUA exigem que o Hamas renuncie à violência, reconheça Israel e siga os acordos de paz já existentes, para que as sanções sejam suspensas.
Deixe sua opinião