Os palestinos pedirão uma votação sobre sua proposta de adesão plena na Unesco em 30 outubro, disse nesta quarta-feira o ministro de Relações Exteriores palestino, Riyal al-Malki, apesar do que ele chamou de ameaças dos Estados Unidos de retirar o financiamento à agência cultural da ONU.
A iniciativa, que enfrenta oposição dos EUA, faz parte de uma pressão palestina pelo reconhecimento como Estado oficial no sistema da Organização das Nações Unidas.
A Unesco é a primeira agência da ONU em que os palestinos tentam ingressar como membro pleno desde que apresentaram um pedido oficial pela condição de Estado-membro da Organização das Nações Unidas em 23 de setembro.
O pedido por uma cadeira na ONU, que pode ser concedida apenas pelo Conselho de Segurança, deve fracassar por conta da oposição imposta por Washington, que tem o poder de veto no fórum.
Mas os palestinos poderão ingressar como membro pleno da Unesco, independentemente de seu status no âmbito maior da ONU.
Malki disse que um representante palestino se pronunciaria na Conferência Geral da Unesco no domingo, e os palestinos querem que uma votação seja realizada no mesmo dia.
"Tentaremos com todo o esforço, por meio de nosso embaixador na Unesco, obter uma votação sobre nosso pedido pela condição de membro pleno da Unesco no momento em que fizermos nosso discurso", disse em entrevista à radio Voice of Palestine nesta quarta-feira.
"Esperamos ter sucesso nessa iniciativa, apesar de reconhecer a grande pressão exercida pelos Estados Unidos dentro da Unesco", afirmou Malki.
Ele disse que havia "grandes ameaças... de que se a condição de membro for aprovada pela Unesco para a Palestina, os Estados Unidos suspenderão a ajuda à organização. Os Estados Unidos fornecem 22% do financiamento da agência.
A comissão diretora da Unesco decidiu em 6 de outubro que os 193 Estados-membros votarão sobre o pedido palestino.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura