Autoridades palestinas, frequentemente divididas, se uniram para criticar o anúncio do presidente eleito Jair Bolsonaro, de mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. "Trata-se de uma medida provocadora, que é ilegal diante do direito internacional e que não faz nada mais que desestabilizar a região", disse Hanane Achraoui, uma alta autoridade palestina, à agência de notícias internacionais AFP.
Ashrawi foi por anos porta-voz da delegação palestina nas negociações de paz e uma das principais vozes em Ramallah, além da primeira mulher a ser eleita para o Conselho Nacional Palestino. Na quinta-feira, Bolsonaro declarou ao jornal israelense Israel Hayom que planejava transferir a embaixada brasileira em Israel. Se o fizer, o Brasil se tornará o terceiro país, depois de Guatemala e dos Estados Unidos a anunciarem a medida.
Questionado, Bolsonaro disse que Israel deveria ter liberdade para escolher sua capital. "Quando me perguntaram, durante a campanha, se eu faria isso uma vez que me tornasse presidente, eu respondia que 'sim, cabe a vocês decidirem qual é a capital de Israel, não a outras nações'", declarou.
Nas redes sociais, o grupo Hamas, que está no poder em Gaza e é acusado de radicalismo, deixou claro que não vê com bons olhos a decisão do Brasil. "Rejeitamos a decisão do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, de mover a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém e pedimos que ele abandone sua decisão", declarou o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri. Para ele, a iniciativa é um "passo hostil ao povo palestino".
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