Gaza (Das agências internacionais) – Os primeiros palestinos começaram a cruzar ontem a Passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito. A abertura foi inaugurada nessa sexta-feira, dando aos palestinos acesso livre ao exterior pela primeira vez desde 1967, quando começou a ocupação israelense.

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Durante anos palestinos precisavam esperar horas e até dias até que autoridades israelenses os revistassem e interrogassem. Ontem, cerca de mil pessoas se concentravam a espera de que as autoridades palestinas autorizassem a passagem. O local será controlado pelos palestinos e supervisionado por 70 inspetores da União Européia (UE) graças a um acordo negociado com israelenses e palestinos pelo bloco, pelos EUA e pela ONU. Israel manterá o monitoramento remoto, por câmeras de vídeo, mas em princípio não poderá impedir a passagem de ninguém. Em 12 de setembro, Israel desocupou a Faixa de Gaza.

Palestinos costumam ir ao Egito para passar férias, estudar ou fazer tratamentos médicos. Israel controlava a passagem temendo a entrada de armas e militantes. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, considerou a abertura do terminal "um pequeno sonho, um sonho inicial". "Acho que todo palestino agora tem seu passaporte pronto no bolso. Deixem que eles atravessem esse terminal quando quiserem", celebrou Mahmoud Abbas, que cortou nessa sexta-feira a fita do novo posto instalado na fronteira.

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Crítica

A inauguração ocorre em meio à possível divulgação de um relatório da UE que critica as ações israelenses em Jerusalém Oriental. O acordo que deu o controle da passagem de Rafah aos palestinos foi um avanço na relação entre Israel e a UE, considerada pró-palestinos por israelenses. Mas Israel diz que as relações podem voltar a azedar com a divulgação do relatório.

Essa também é a primeira vez que a UE será responsável pela supervisão de um local na região. Por enquanto, a passagem estará aberta apenas quatro horas por dia, até que todos os inspetores cheguem ao local. A previsão é que passem mil palestinos por ali. Quando o funcionamento for ampliado para oito horas, estima-se que 3 mil palestinos cruzem a fronteira por dia.