Uma dúzia de grupos palestinos lançou na quinta-feira um aguardado diálogo e apresentou um plano que pode levar à reconciliação das facções, após 18 meses de uma separação entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

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Todas as partes dizem esperar que o diálogo leve a um novo governo de unidade nacional para supervisionar a reconstrução de Gaza, depois da recente ofensiva israelense de três semanas, e então organizar eleições parlamentares e presidenciais.

Os participantes concordaram em formar cinco comissões para tratar de questões como a formação do gabinete, eleições e serviços de segurança.

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Azzam Al Ahmed, dirigente da facção Fatah, disse que um governo de unidade nacional pode ser anunciado em março.

"Sim, é possível. Estamos com pressa. Ao menos por uma vez concordamos que queremos começar a implementação, e o primeiro passo é o governo. Tudo está ligado ao governo", disse.

As comissões devem começar a funcionar em 10 de março, e terminarem até o fim do mês, segundo nota divulgada ao final das discussões. Um diplomata árabe disse na quarta-feira que os mediadores egípcios esperavam completar o acordo a tempo de ele ser endossado pela cúpula árabe do final de março no Catar.

Os Estados Unidos e os governos europeus querem que os palestinos estabeleçam um governo de tecnocratas apartidários, o que os pouparia de decidir como lidar com os representantes do grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

O Ocidente rejeitou um governo anterior de unidade nacional, porque estava sob a liderança do Hamas, vencedor das eleições parlamentares de 2006. Muitos árabes consideram que as potências ocidentais estavam dessa forma punindo os palestinos por sua opção democrática.

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Vários participantes, inclusive o dirigente da Fatah Ahmed Qurei, disseram não descartar a formação de um novo gabinete que represente os diferentes grupos.

"Poderia ser um governo de grupos, poderia ser um governo de especialistas técnicos, ou poderia ser um governo de tecnocratas", disse ele, acrescentando que a decisão caberá à respectiva comissão;

O Hamas e sua rival Fatah, que domina a Autoridade Palestina, mas exerce seu poder apenas na Cisjordânia, têm visões profundamente diferentes sobre a questão crucial de como lidar com Israel.

Os dois grupos estão rompidos desde que o Hamas expulsou as forças da Fatah da Faixa de Gaza, há um ano e meio.

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