Os moradores da Faixa de Gaza voltam a protestar. Mas, desta vez, o alvo das manifestações é o Hamas, o grupo terrorista que controla o enclave palestino desde 2006.
Na semana passada, centenas de pessoas protestaram –sob o mote “queremos viver”– contra o aumento do custo de vida no território, causado em parte por um aumento de impostos.
Cerca de dois milhões de pessoas vivem na Faixa de Gaza. Lá, o fornecimento de energia dura de quatro a oito horas por dia. Cerca de 70% dos moradores dependem de assistência humanitária, o desemprego está na faixa de 43%, a disponibilidade de remédios é pequena e há carência de água potável.
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As forças de segurança do Hamas reprimiram o movimento, agredindo e prendendo dezenas de manifestantes. As cenas de violência circularam nas redes sociais.
O coordenador da ONU (Organização das Nações Unidas) para a paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, disse em comunicado que “o povo sofrido de Gaza” deve ter seu direito de protestar respeitado.
“Eu condeno fortemente a campanha de detenções e violência feita pelas forças de segurança do Hamas contra os manifestantes”, afirmou Mladenov, de acordo com a agência de notícias Reuters.
O Hamas acusa a facção rival Fatah, que governa partes da Cisjordânia, de provocar os protestos para causar instabilidade.
“Nós enfatizamos nosso apoio a manifestações pacíficas, mas não deixaremos que os protestos sejam explorados para provocar o caos”, declarou um porta-voz do Hamas, Iyad al-Buzom, à emissora catariana Al Jazeera.
Protestos contra Israel
Os protestos contra Israel foram cancelados na semana passada, em parte devido à onda de descontentamento com o Hamas. Mas havia também o temor de uma escalada da violência: na quinta-feira (14), Israel bombardeou alvos na faixa de Gaza após o disparo de dois foguetes em direção a Tel Aviv.
Protestos na faixa de Gaza são rotineiros, mas são raras as demonstrações de dissenso contra o Hamas. Há um ano, moradores da faixa de Gaza vêm organizando manifestações próximo à fronteira com Israel para exigir o direito de retornar a suas casas – mais de 70% dos habitantes do território são refugiados.
As forças de segurança de Israel têm respondido aos protestos com gás lacrimogêneo e munição letal, em ações que podem constituir crimes de guerra, de acordo com a ONU. Nos últimos meses, mais de 250 manifestantes foram mortos e 6.000 ficaram feridos.
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