Meca, Arábia Saudita O líder do movimento palestino Hamas no exílio, Jaled Mechaal, e o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, reunidos ontem na cidade de Meca, podem alcançar um acordo sobre a crise nos territórios nos próximos três dias, segundo Mohamed Nazzal, do escritório político do Hamas. "Sinto-me otimista a respeito", declarou, acrescentando que a reunião entre Mechaal e Abbas foi "muito positiva e franca" e que "todo o mundo concorda que não há outra alternativa a não ser o êxito do diálogo".
"Não abandonaremos este lugar santo sem ter concluído um acordo", declarou Abbas, líder do partido Fatah, no início do encontro. "Viemos para nos entender e não deixaremos este lugar sem acordo", insistiu por sua vez Mechaal.
As conversas, segundo Abbas, concentraram-se em pôr fim à violência interpalestina, formar um governo de unidade nacional, estabelecer as bases de uma associação e reconstruir a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Por sua vez, Nabil Amr, conselheiro de Abbas, afirmou que um compromisso poderia ser fechado nas próximas "48 horas". "Somos muito otimistas", assegurou Amr em Meca.
Segundo Amr, "já há um acordo para nomear Salam Fayyad como ministro das Finanças e Ziyad Abu Amr como chanceler". Ambos são independentes. Até agora, as negociações para formar um governo de unidade nacional foram paralisadas sempre que era necessário escolher os principais ministérios.
Desde 25 de janeiro, 66 palestinos morreram e o Hamas e o Fatah enfrentam uma crise política-financeira sem precedentes. "Devemos anunciar um acordo que proteja nossa unidade, nosso projeto nacional e estabeleça uma verdadeira associação entre o Hamas e o Fatah", afirmou o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, também membro do Hamas. Mas, assegurou, "queremos um acordo global, não um parcial, para pôr fim às tensões".