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Oriente Médio

Palestinos não abdicam de vaga na ONU, diz chanceler

Os palestinos não se contentarão com nada aquém de uma filiação plena à Organização das Nações Unidas e rejeitam a promoção ao status de Estado observador na entidade, disse o chanceler Riyad al-Malki nesta quinta-feira (3). Os palestinos formalizaram em setembro seu pedido de adesão plena à ONU, contrariando os alertas em contrário dos Estados Unidos e de Israel, que dizem que o reconhecimento da Palestina independente deve ocorrer por meio de negociações. Washington já disse que usará seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir a adesão palestina à entidade. Havia a expectativa de que, tendo a adesão plena rejeitada, os palestinos solicitariam o status de Estado observador. Mas, falando a jornalistas em Ramallah, Malki disse que esse status já poderia ter sido obtido há muito tempo, e agora não interessa mais. Atualmente, a Autoridade Palestina comparece à ONU na qualidade de entidade observadora. "Não queremos, após todas essas lutas, sacrifícios e esforços de todo o povo palestino, aceitar um status de Estado observador nas Nações Unidas. Não vamos aceitar menos do que merecemos: Estado membro pleno", afirmou. Analistas dizem que não pleitear a promoção ao status de Estado observador seria um recuo dos palestinos, mas eles lembram que as declarações de Malki talvez não reflitam as ações planejadas pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas. "Isso deve ser lido como uma manobra tática", disse o analista político George Giacaman. "Ela pode estar dirigida aos norte-americanos, aos israelenses, para mostrar flexibilidade, mas eu não veria isso como uma posição final". Por causa da solicitação palestina de adesão à ONU, o Congresso dos Estados Unidos congelou 200 milhões de dólares em ajuda à Autoridade Palestina. Israel, por sua vez, suspendeu nesta semana o repasse de impostos cobrados em nome da Autoridade Palestina, como retaliação pela recém-aprovada adesão plena da Palestina à Unesco, agência científico-cultural da ONU.

Os EUA cortaram verbas destinadas à Unesco por causa da sua decisão de admitir os palestinos, e o mesmo poderia acontecer com agências como a Organização Mundial da Saúde, caso também aprovassem a adesão palestina. "A posição oficial palestina é concentrar apenas no pedido de adesão que apresentamos à ONU", disse Malki.

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