Jerusalém - Autoridades palestinas disseram ontem que pretendem pedir a aprovação das Nações Unidas (ONU) para formação de um Estado independente sem o consentimento de Israel. Os palestinos também acrescentaram que é pouco provável que esse objetivo seja alcançado por meio de negociações de paz. Ontem os palestinos celebraram na Cisjordânia o aniversário da declaração de independência simbólica feita em 1988 pelo então líder palestino Yasser Arafat.
O negociador palestino, Saeb Erekat, disse na rádio estatal israelense que representantes palestinos vão pedir que o Conselho de Segurança da ONU reconheça sua independência após 18 anos de negociações frustradas com Israel. "Vamos seguir esse caminho para manter viva a esperança dos palestinos," disse Erekat.
Em resposta a esses comentários, o vice-primeiro-ministro israelense, Silvan Shalom, afirmou que "os palestinos precisam entender que ações unilaterais não terão os resultados esperados". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quer negociar com os palestinos, que, por sua vez, exigem como pré-condição o congelamento de novos assentamentos israelenses.
Nas últimas semanas, autoridades palestinas tomaram várias atitudes diante da falta de empenho a favor dos esforços de paz, incluindo uma declaração unilateral pedindo ao Conselho de Segurança da ONU que finalmente determine a fronteira do Estado. Mas o ministro de Infraestrutura de Israel, Uzi Landau, acredita que se os palestinos tomarem decisões unilaterais Israel deve anexar partes da Cisjordânia onde estão concentrados os assentamentos judaicos.
O ministro da Informação de Israel, Yuli Edelstein, disse que a atitude dos palestinos mostrou que continua a persistir entre as sua principais lideranças a crença de que a conquista pode ser feita por meio do terror. "Espero que a comunidade internacional não coopere com isso e deixe claro que a única solução são as negociações diretas", afirmou Edelstein. Mesmo se a ONU endossar o Estado palestino, sua implementação será quase impossível enquanto Israel mantiver o controle da Cisjordânia e de Jerusalém oriental.
Washington vem tentado há meses e sem sucesso fazer com que israelenses e palestinos retomem as negociações de paz interrompidas durante a ofensiva na Faixa de Gaza.