Um diplomata palestino acusou nesta quinta-feira Israel de ter cometido "terrorismo de Estado" no ataque que matou 18 civis na Faixa de Gaza. Ele afirmou ainda que os pedidos de desculpas israelenses por tais incidentes não são sinceros e não são mais aceitáveis.

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- Isso é terrorismo, terrorismo de Estado - disse o observador palestino na ONU, Riyad Mansour, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança.-São crimes de guerra pelos quais os autores têm de se responsabilizar perante o direito internacional.

Mas o embaixador israelense na ONU, Daniel Carmon, insistiu na quarta-feira que os disparos que mataram os civis em Beit Hanoun foram acidentais e que Israel se sente "profundamente entristecido" e vai evitar que isso se repita.

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- Embora os civis palestinos mortos neste incidente possam ter sido mortos por disparos israelenses, eles são na verdade vítimas do terrorismo do Hamas - disse Carmon, referindo-se à facção extremista que governa os territórios palestinos.

O diplomata ainda acrescentou:

- Se o terrorismo palestino não continuasse agredindo os israelenses, se os foguetes Qassam parassem de navegar de Gaza para Israel, o incidente em Beit Hanoun nunca teria acontecido - acrescentou o diplomata.

O Conselho se reuniu a pedido da Liga Árabe, da Organização da Conferência Islâmica e do Movimento dos Não-Alinhados. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, se referiu ao incidente como uma "falha técnica". Os palestinos qualificaram de massacre.

Uma porta-voz do Exército israelense disse que uma falha no sistema de alvos foi a causa do incidente, e que os disparos em Gaza, suspensos desde então, não serão retomados até que "todos os exames técnicos estejam completos" . Ela não disse quanto tempo isso vai demorar.

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Os 18 mortos, entre os quais sete crianças e quatro mulheres, foram sepultados nesta quinta-feira num funeral coletivo em Gaza. Alguns parlamentares do Hamas em Gaza ameaçaram retomar os atentados suicidas do grupo contra Israel.

Desde o final de junho, mais de 450 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza, "fazendo da morte, do luto e da dor um ritual quase diário para o povo", segundo Riyad Mansour.

Os países árabes propuseram ao Conselho de Segurança uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato em Gaza e o envio de uma força de observadores da ONU, como ocorreu no Líbano após a guerra deste ano entre Israel e o Hezbollah.

Mas os EUA, aliados de Israel com poder de veto na ONU, normalmente se opõem a intervenções do Conselho no conflito do Oriente Médio.

- Apesar de todas as emoções no ar, precisamos de uma discussão honesta e equilibrada sobre os fatos recentes em Gaza - disse o embaixador americano na ONU, John Bolton.

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Ele pediu a Israel providências para que isso não se repita, mas também cobrou do Hamas a responsabilidade por "prevenir o terrorismo (contra Israel) e tomar as medidas necessárias para conter os ataques de dentro de Gaza".