Os representantes palestinos suspenderam duas reuniões de paz com os israelenses previstas para esta segunda-feira (26) após o incidente ocorrido no campo de refugiados de Kalandia.

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Uma ação do exército israelense para prender um suspeito no local terminou com três palestinos mortos e 15 feridos.

Fontes oficiais palestinas disseram que a equipe negociadora palestina, encabeçada por Saeb Erekat, previa participar nesta segunda de dois encontros com os israelenses em Jericó, na Cisjordânia, mas decidiram suspender as reuniões em protesto pela incursão no campo localizado ao sul de Ramala.

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"As forças da ocupação buscaram uma das formas mais macabras de deter um processo de negociação, que é matar palestinos desarmados", disse à Agência Efe um funcionário de alto escalão palestino.

Esta fonte afirmou que "a comunidade internacional está sendo contactada neste momento para coordenar uma resposta clara aos extremistas do governo israelense que tentam boicotar as negociações de paz".

O funcionário disse que a decisão não representa uma suspensão total do processo de paz, mas simplesmente das reuniões previstas para hoje, mas advertiu que o diálogo poderia se romper definitivamente "se não houver uma reação de condenação clara da comunidade internacional".

Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), condenou hoje com dureza a incursão israelense em Kalandia, que considerou um "uso excessivo e indiscriminado da violência e de munição real em zonas com densa população civil, o que representa uma patente violação da legislação internacional e humanitária".

Ashrawi pediu "aos membros do Conselho de Segurança da ONU, ao Quarteto de paz para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, ONU e União Europeia) e ao restante da comunidade internacional que tomem medidas sérias para acabar com o assassinato de civis inocentes e pôr fim à impunidade de Israel".

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O membro da OLP também condenou os últimos anúncios de novas construções nas colônias israelenses em território palestino e disse que "se deve obrigar Israel a desistir (destas medidas) antes que se destrua para sempre as possibilidades de paz".

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, também alertou para o perigo das ações israelenses para o incipiente processo de paz que ambas as partes realizam há um mês sob a mediação de Washington.

"Estes crimes e os assentamentos são uma mensagem clara das verdadeiras intenções israelenses sobre o processo de paz", disse o porta-voz, que anunciou "repercussões negativas para estes atos".