O Panamá enviará um embaixador especial para as próximas eleições gerais de 29 de novembro em Honduras, as quais o presidente deposto Manuel Zelaya considera ilegais.
O Panamá enviará Roberto Jované como embaixador "em missão especial com motivo do processo eleitoral", disse comunicado divulgado pela chancelaria do governo de facto de Honduras.
Um porta-voz da chancelaria panamenha confirmou o envio de Jované, que estará no país a partir de 20 de novembro. "Essa designação terá vigência em duas semanas... o embaixador Jované tem data de retorno ao Panamá em 4 de dezembro", disse.
Países latino-americanos retiraram seus embaixadores de Honduras pouco depois do golpe de Estado de 28 de junho, quando militares expulsaram Zelaya do país a ponta de pistola.
O isolamento internacional, que incluiu a suspensão de Honduras dentro da Organização dos Estados Americanos (OEA), pretende pressionar o governo de facto de Roberto Micheletti a restabelecer Zelaya.
Mas logo depois de um acordo firmado em outubro entre Zelaya - abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa - e Micheletti a fim de buscar uma saída para a crise, com intermediação dos Estados Unidos, alguns países suavizaram sua posição.
A Colômbia enviou de volta, no início do mês, sua embaixadora Sonia Pereira após a assinatura do acordo.
No entanto, pouco depois que as partes chegaram ao acordo, que incluía uma cláusula sobre seu possível retorno ao poder, Zelaya disse que o mesmo estava "morto" e que não aceitaria um pacto para voltar ao poder. Ao mesmo tempo, o líder deposto afirma que as eleições são ilegais.
Os Estados Unidos, o principal sócio comercial de Honduras e que conduziu as negociações entre as partes do conflito político, disseram que também apóiam o processo eleitoral como uma forma de devolver a normalidade ao país centro-americano.
Contudo, o governo de facto enfrenta dificuldades para convocar observadores internacionais para as eleições, e a OEA informou que não enviará uma missão para o pleito.