Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
navegação

Panamá festeja os 100 anos do canal que transformou o comércio mundial

Navio carregado  com contêineres passa sob a Ponte das Américas, no Canal do Panamá | Rafael Ibarra/Reuters
Navio carregado com contêineres passa sob a Ponte das Américas, no Canal do Panamá (Foto: Rafael Ibarra/Reuters)
Foto de 1912 mostra trabalhadores preparando dinamites usadas na abertura do canal |

1 de 1

Foto de 1912 mostra trabalhadores preparando dinamites usadas na abertura do canal

O Panamá celebrou ontem o centenário do canal interoceânico, uma façanha humana que transformou o comércio marítimo mundial e hoje encara o desafio de modernizar-se para competir diante das novas exigências da economia globalizada. "Cem anos de comportas abertas ao orgulho", afirma uma inscrição na fachada de uma das antigas instalações dos diques de Miraflores, cenário das comemorações presididas pelo administrador Jorge Quijano.

O Canal do Panamá, maravilha da engenharia moderna e por onde passa 5% do comércio marítimo mundial, completa cem anos entre caminhões carregados de pedras, gruas e retroescavadeiras que trabalham em sua monumental ampliação, em plena concorrência com dois projetos rivais.

No dia 15 de agosto de 1914, um barco, o Ancón, cruzava pela primeira vez a rota que, após o fracasso dos franceses, foi aberta pelos Estados Unidos ao longo de 80 quilômetros na parte mais estreita da geografia da América. O velho sonho de unir os oceanos Pacífico e Atlântico se tornava realidade.

Um século depois, trabalhadores com capacetes e coletes escavam, montam comportas e levantam muros com toneladas de concreto para permitir a passagem de gigantes pós-Panamax, navios de mais de 12 mil contêineres, o triplo de carga dos que atualmente atravessam a via.

"Para o Panamá, o Canal significou progresso. Deixou de ser uma província [colombiana] esquecida para se tornar um Estado independente que podia escolher seu futuro. Sua contribuição para o comércio na época foi definitiva e a ampliação é o que queremos oferecer ao mundo hoje", declarou Quijano.

REVOLUÇÃO

Obra reduziu distâncias, tempos e custos do transporte marítimo

Evitando milhares de quilômetros até Cabo de Hornos, o canal panamenho transformou a navegação e o comércio mundial: reduziu distâncias, tempos e custos de transporte de mercadorias entre os centros de produção e consumo. Primeiro, ele permitiu aos Estados Unidos mover sua frota militar e o comércio entre suas costas leste-oeste, depois favoreceu a Europa e a Ásia nos anos 50 e 60 quando o Japão se tornou potência industrial, e nos últimos 25 anos abriu as portas do mercado da América Latina para países como a China.

"Há 100 anos o Canal é tratado como um relógio. Os panamenhos sentem uma responsabilidade frente ao mundo, por isso ele deve ser modernizado para se ajustar ao comércio internacional", comenta o analista Ebrahim Asvat.

Ampliação

A expansão, no valor de US$ 5,25 bilhões, começou em 2007 e em 2009 teve início sua principal obra, um terceiro conjunto de comportas construídas por um consórcio internacional liderado pela empresa espanhola Sacyr. A ampliação seria inaugurada no ano do centenário, mas sofreu atrasos com greves e disputas por custos adicionais milionários que a Sacyr exige da Autoridade do Canal (ACP).

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.