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Relações exteriores

Pandas, os diplomatas mais fofos do mundo, perdem emprego

Grevistas dos Correios fizeram passeata pelo centro de Curitiba | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Grevistas dos Correios fizeram passeata pelo centro de Curitiba (Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo)

Pequim – A mídia chinesa alerta: os diplomatas mais fofos do mundo perderam o emprego. A China não irá mais presentear outras nações com pandas gigantes com o intuito de melhorar as relações diplomáticas. Com o fim dessa tradição ancestral, os ambientalistas acreditam que esses animais, hoje em risco de extinção, possam apenas ser emprestados para a procriação e a pesquisa biológica. A decisão está sendo alvo de polêmica, visto que a medida pode beneficiar o negócio lucrativo de "aluguel de animais" para zoológicos, que alcança US$ 1 milhão anual por animal.

A "Diplomacia Panda" é milenar. Registros da época da dinastia Tang comprovam que dois desses animais foram presenteados à corte japonesa durante o reinado da imperatriz Wu Zetian (de 624 a 705). A prática atingiu seu auge no início da década de 70, quando Mao Zedong enviou embaixadores peludinhos em preto-e-branco em uma missão ao redor do mundo para uma ofensiva com charme diplomático. O pico foi em 1972, quando um acordo com Richard Nixon foi selado quando Hsing Hsing e Ling Ling foram oferecidos como presentes.

Dois anos após este evento, o premier britânico Edward Heath recebeu Chia Chia e Ching-Ching, enviados ao zoológico de Londres, como uma prova de amizade. Hoje, a economia que mais cresce no mundo parece estar buscando influência através de tratados comerciais, auxílio internacional e investimentos. Os conservacionistas estão preocupados com o fato de pandas serem raros demais para ser oferecidos como troféus diplomáticos.

Estima-se que existam 1.600 pandas selvagens vivendo nas reservas naturais das províncias de Sichuan, Gansu e Shaanxi, mas a população desses animais em cativeiro teve um aumento nos últimos anos, o que propiciou um "estoque fácil" para zoológicos ao redor do mundo. Mesmo assim, de acordo com a agência de notícias ChinaNews, a era da "amizade do panda" acabou. "O governo chinês parou de dar pandas como presente. Nós só permitiremos pesquisa com outros países", disse Cao Qingyuan, porta-voz do departamento administração florestal chinês.

As empresas aéreas, por outro lado, ainda terão pandas como passageiros regulares, uma vez que o departamento tem vários programas internacionais para a reprodução e pesquisa do animal com "contratos de aluguel" previstos para durar ao menos 10 anos. O valor do "aluguel" feito a zoológicos estrangeiros depende de uma série de fatores, entre eles o faturamento gerado por visitas.

Nos EUA e Japão o valor anual está fixado em aproximadamente US$ 1 milhão. Caso procriem, existe a cobrança de taxas extras. Recentemente, a China continental presenteou Hong Kong com um casal de pandas para celebrar o 10.° aniversário do fim do domínio britânico. Outros dois pandas foram dados ao governo de Taiwan, mas, por causa da fragilidade do assunto, os animais ainda não deixaram a Wolong ,na província Sichuan, onde nasceram. Qingyuan diz que os presentes às duas ilhas chinesas foram um caso especial de "presentes para irmãos chineses".

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