A próxima pandemia humana é "inevitável" e o mundo precisa se preparar agora contra a gripe aviária e outros vírus potencialmente letais, disse neste sábado um importante cientista do governo americano.

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- Faz mais de 30 anos que tivemos uma pandemia, então inevitavelmente teremos uma pandemia em um prazo razoável de tempo -, disse o Dr Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.

As declarações de Fauci foram feitas no Vietnã, onde 41 pessoas morreram em conseqüência do vírus H5N1, que provoca a gripe aviária e que agora se espalhou pela Europa.

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Fauci, que faz parte de uma missão americana a nações asiáticas atingidas pelo vírus -que matou mais de 60 pessoas na Ásia desde 2003 - disse que o H5N1 estava se tornando mais preocupante.

Resultados de testes no sábado detectaram o vírus altamente patogênico na Romênia e confirmaram sua chegada no continente europeu.

O vírus foi encontrado na semana passada na Turquia e especialistas dizem que pássaros migratórios podem levar a doença para mais longe.

- Como autoridades públicas oficiais, devemos prever o pior cenário e o H5N1 está dando agora muitos sinais de que está se tornando um pouco mais preocupante, senão muito mais preocupante, devido aos fatos que estão ocorrendo", disse Fauci.

Especialistas temem que o H5N1 possa sofrer uma mutação e se tornar um vírus que se espalhe facilmente entre os humanos, provocando uma pandemia que pode matar milhões de pessoas.

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- É por isto que estamos nos preparando tão intensamente para o H5N1 e para quaisquer outras pandemias - disse Fauci, consultor para a Casa Branca sobre questões relativa Aids e sobre a preparação de comunidades contra possíveis ataques biológicos.

Liderados pelo secretário de Saúde americano, Mike Leavitt, os principais especialistas da ONU e dos Estados Unidos visitaram fazendas aviárias e mercados e discutiram nesta semana planos de preparação para pandemias com autoridades de Tailândia, Cambódia, Laos e Vietnã.

Os Estados Unidos prometeram US$ 25 milhões em treinamento e equipamento para uma rede de vigilância regional, na esperança de conter uma epidemia humana antes que ela se espalhe.

Outras nações ricas prometeram verbas, mas a Organização Mundial da Saúde disse na sexta-feira que o sudeste da Ásia precisa de US$ 260 milhões para combater a gripe aviária no curto prazo.

Leavitt comparou a ameaça da gripe aviária à contenção de um incêndio florestal antes que este fique fora de controle.

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- Se a nossa vigilância for boa o bastante, é uma grande estratégia - disse. - As chances de que isto aconteça não são boas.

As fazendas de fundo de quintal e os mercados ao ar livre também são responsabilizados pela disseminação do vírus.Leavitt, que viu frangos e patos sendo cortados e vendidos em um mercado de rua em Hanói no sábado, disse que hábitos culturais muito antigos podem ser os mais difíceis de superar.

- É evidente que a interação entre os pássaros e os humanos e animais é uma parte significativa desta cultura. Não acredito que poderemos mudar isto - disse ele.