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Em conversa com jornalistas no avião de volta a Roma, o Papa Francisco admitiu ter ajudado as negociações de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Depois de uma semana de visita a Cuba e aos EUA, o Pontífice relatou ter falado diretamente com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em duas ocasiões para incentivar o pacto “da vontade de ambas as partes”. Nos últimos dias, ambas as lideranças já tinham destacado o papel do chefe da Santa Sé para que um acordo de paz histórico seja assinado em até seis meses.

“Estou muito feliz, sempre quis isto. Conversei duas vezes com o presidente Santos. Não apenas eu, a Santa Sé tentou ajudar como podia”, disse o Papa nesta segunda-feira.

Depois de os conflitos no país terem causado 220 mil mortes e levado seis milhões de pessoas a deixarem suas casas, as lideranças da Colômbia e das Farc reconheceram a influência do apelo do Papa em sua viagem a Cuba para que as negociações dos últimos três anos não fracassassem.

Na última quarta-feira, Santos e o líder máximo da guerrilha, Timoleón Jiménez (Timochenko), anunciaram em Havana que o pacto final entre ambas as partes deverá ser fechado até o próximo mês de março.

“Quando soube da notícia de que o acordo final seria assinado em março, pedi ao Senhor: ‘Faça com que chegue março, que se cumpra o prometido, porque faltam pequenas coisas, mas a vontade existe entre as duas partes’”, completou o Pontífice à imprensa.

O acordo prevê o aceleramento do fim das disputas que já duram 50 anos e da reparação às suas vítimas. Entre as principais medidas, estão a outorgação pela Colômbia de uma lei de anistia, que não se aplica a crimes de guerra ou crimes contra a Humanidade, além da busca por mecanismos que evitem extradições a outros países.

Se todos os termos finais forem garantidos, as Farc se comprometem a abandonar as armas em até dois meses após o acordo, que ainda deve ser ratificado por um referendo popular.

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