O papa Bento 16 afirmou na quarta-feira que o assassinato do ministro libanês Pierre Gemayel foi um ``ataque brutal'' e conclamou o povo do Líbano a tomar cuidado com ``as forças obscuras que tentam destruir o país''.
Em declarações proferidas diante de 20 mil fiéis e turistas reunidos na praça de São Pedro em um dia chuvoso, durante a audiência geral realizada pelo pontífice, Bento 16 também apelou a todos os líderes do Oriente Médio para que busquem uma ''solução global e negociada'' para antigos impasses.
Gemayel, um cristão, foi morto a tiros enquanto dirigia seu carro por um bairro cristão de Beirute, na terça-feira. Os aliados dele culparam a Síria pelo crime.
``Ao condenar com firmeza um ataque brutal como esse, asseguro minhas orações e minha proximidade espiritual à família (do ministro) em luto e ao amado povo libanês'', afirmou o papa, em italiano.
``Diante das forças obscuras que tentam destruir o país, eu peço a todos os libaneses que não se deixem levar pelo ódio, mas que, ao invés disso, tentem reconstituir a unidade nacional, a justiça e a reconciliação, que trabalhem juntos para construir um futuro de paz'', disse.
Gemayel foi o sexto político de oposição à Síria a ser morto no Líbano em quase dois anos.
Sem citar o nome de nenhum país, Bento 16 fez um novo apelo em nome da paz para todo o Oriente Médio.
``Eu convido os líderes dos países que carregam o destino dessa região em seus corações que contribuam para uma solução global e negociada para tantas situações de injustiça que marcam essa área há tantos anos'', afirmou.
O assassinato alimentou a tensão entre o governo libanês, dominado por políticos contrários à Síria, e a oposição, liderada pelo Hezbollah (um grupo pró-Síria). O Hezbollah, uma guerrilha xiita, parece determinado a depor o que considera ser uma liderança favorável aos EUA.
O assassinato de Gemayel transformou o Dia da Independência do Líbano, celebrado na quarta-feira, em um momento sombrio. Todas as festividades, entre as quais uma parada militar, foram canceladas.