Durante a visita do papa à Albânia, de maioria muçulmana, a segurança foi mais rigorosa do que de costume| Foto: REUTERS/Arben Celi

Kirchner revela ter sido ameaçada pelo Estado Islâmico

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi ameaçada pelo Estado Islâmico. Segundo texto publicado ontem no site do governo argentino, após o encontro com o Papa Francisco a presidente foi questionada por jornalistas sobre as ameaças recebidas pelo representante da Igreja Católica, e respondeu que ela mesmo recebeu algumas ameaças.

"Dias atrás dois comissários, um da Polícia Federal da Argentina e outro da polícia de Buenos Aires, fizeram uma denúncia por ameaças contra minha pessoa", disse, segundo o texto publicado no site do governo. Ela acrescentou que a ameaça do Estado Islâmico tem como origem a amizade com o Papa Francisco e o seu posicionamento para a existência de dois Estados: um da Palestina e outro de Israel.

No entanto, Kirchner minimizou o ocorrido e disse que, se temesse ameaças, deveria viver debaixo da cama, assim como o Papa.

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O papa Francisco criticou neste domingo a forma como extremistas no mundo estão "pervertendo" a religião para justificar a violência. A declaração foi feita durante sua chegada a Albânia, país onde cristãos e muçulmanos sofreram com perseguições e opressão durante o regime comunista.

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Durante a visita do papa ao país de maioria muçulmana, a segurança foi mais rigorosa do que de costume em meio a notícias de que militantes que treinam no Iraque e na Síria teriam retornado ao país e poderiam representar uma ameaça. O Vaticano insistiu para que nenhuma medida especial de segurança fosse tomada, mas as interações de Francisco com a população foram bem diferentes do que ocorreu em suas viagens anteriores. O carro aberto acelerou pela capital Tirana sem paradas.

Francisco só fez contato com a população ao beijar alguns bebês no final de seu caminho enquanto se aproximava da praça onde celebrou uma missa. Policiais formaram correntes humanas para conter a multidão.

Em seu discurso de abertura, o papa disse ao presidente Bujar Nishani e a autoridades presentes que a harmonia entre religiões da Albânia era um "exemplo inspirador" para o mundo, mostrando que a coexistência de cristãos e muçulmanos não só é possível como benéfica para o desenvolvimento do país.

"O clima de respeito e confiança mútua entre católicos, ortodoxos e muçulmanos é um presente precioso ao país", declarou Francisco. "Isso é especialmente importante nestes tempos em que o espírito religioso autêntico vem sendo pervertido por grupos extremistas e em que diferenças religiosas estão sendo distorcidas e instrumentalizadas", acrescentou. "Não deixem que ninguém se considere o 'guerreiro' de Deus enquanto planeja e realiza atos de violência e opressão", disse o papa.

Esta foi a primeira visita de Francisco a um país de maioria muçulmana desde a insurgência do Estado Islâmico (anteriormente chamado de Estado Islâmico do Iraque e do Levante, EIIL) contra cristãos no Iraque. O Vaticano tem manifestado preocupação com o êxodo de fiéis de terras onde comunidades cristãs existem há dois mil anos.

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