O papa Bento XVI se mostrou confiante nesta segunda-feira que haja um diálogo "frutífero" na Síria entre os atores políticos, favorecido pela presença de "observadores independentes," para acabar "rapidamente com o derramamento de sangue".
Bento XVI abordou nesta segunda os principais temas da atualidade internacional durante uma audiência com membros do corpo diplomático credenciado na Santa Sé na Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano.
"Sinto uma grande preocupação pela população dos países que ainda passam por conflitos e violências, em particular a Síria, onde espero que acabe o mais rápido possível o derramamento de sangue e haja um diálogo frutífero entre os atores políticos", disse o papa.
"Na Terra Santa, onde as tensões entre palestinos e israelenses refletem no equilíbrio de todo o Oriente Médio, é necessário que os responsáveis desses dois povos tomem decisões corajosas a favor da paz", acrescentou.
Bento XVI se referiu também às revoluções populares do norte da África e do Oriente Médio, onde pairou a "incerteza".
"É difícil fazer um balanço final dos fatos recentes e quais serão as consequências para o equilíbrio da região. Apesar do otimismo inicial, o caminho está sendo aberto para o reconhecimento das dificuldades desse momento de transição e mudança", comentou o papa.
Bento XVI pediu a comunidade internacional que dialogue "com os atores dos processos em andamento" e considerou deplorável os atentados que "causaram recentemente mortes" no Iraque, cujas autoridades estimulou a "prosseguirem com firmeza o caminho de uma plena reconciliação nacional".
O papa pediu a colaboração das comunidades cristãs e dos governos africanos para "abrir um caminho de justiça, paz e reconciliação, onde os membros de todas as etnias e religiões sejam respeitados".
"É triste constatar que, em vários países da África, esse objetivo ainda está muito distante. Eu me refiro principalmente ao aumento da violência na Nigéria, como os atentados cometidos contra algumas igrejas no Natal", destacou.
O papa transmitiu ainda uma mensagem de ânimo frente à atual crise econômica e financeira, contra a qual pediu "novas formas de compromisso".
A crise, disse o papa, "não atingiu apenas famílias e empresas nos países economicamente mais avançados, criando uma situação na qual muitos, principalmente jovens, se sentiram desorientados e frustrados, mas também marcou profundamente a vida dos países em desenvolvimento. Não devemos desanimar, mas começar de novo com decisão e novas formas de compromisso".
A atual situação "pode e deve ser um incentivo para refletir sobre a existência humana e a importância de sua dimensão ética, não apenas para tentar orientar as pessoas e as economias nacionais, mas para dar novas regras que garantam a todos a possibilidade de viver dignamente", acrescentou.
Em sua mensagem, o papa condenou as leis, principalmente no Ocidente, que "não só permitem, mas favorecem o aborto", e lembrou os países da América Latina e do Caribe "que em 2011 comemoraram o bicentenário de sua independência".
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