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O papa Francisco, pela segunda vez consecutiva, não participou da Via Crucis, uma das cerimônias mais importantes da Igreja Católica, que aconteceu no Coliseu, em Roma. A decisão foi tomada de última hora nesta sexta-feira (29), em meio a preocupações com sua saúde no Vaticano.
No ano anterior, sua ausência foi anunciada com antecedência enquanto se recuperava de uma bronquite.
Nesta sexta-feira, o Papa presidiu silenciosamente o rito da Paixão de Cristo na Basílica de São Pedro. A cerimônia lembrou a dor da guerra, da imigração e da violência contra as mulheres.
Francisco, conhecido por seus problemas de mobilidade, entrou na igreja em uma cadeira de rodas. Vestia as vestes vermelhas da Paixão e estava sem o Anel do Pescador, um símbolo do poder papal que os papas retiram neste dia em sinal de luto.
Após entrar na basílica, sem coros, o Papa rezou em silêncio diante do Altar da Confissão, sobre o túmulo de São Pedro. Em frente a ele, um crucifixo coberto por um pano roxo.
O pregador da Casa Pontifícia, Cardeal Raniero Cantalamessa, refletiu profundamente sobre a força do gesto de Jesus. Segundo ele, Jesus, “reduzido à mais radical impotência na cruz, continua a amar e a perdoar, sem jamais condenar”.
Cantalamessa criticou aqueles que buscam poder pelo poder e não pensam em servir. Ele lembrou que Jesus continua a se dirigir às pessoas de hoje, incluindo os idosos, os doentes, os solitários, aqueles que o mundo deixa morrer na pobreza, na fome, sob bombas ou no mar, aqueles que definham em uma cela por sua fé ou mulheres vítimas de violência. (com EFE)