O Papa Bento XVI desembarcou nesta sexta-feira (14) no Líbano para uma visita de três dias, durante os quais pretende estimular os cristãos do Oriente Médio a conviver pacificamente com os muçulmanos, em uma região abalada pelo conflito na Síria e a ascensão dos extremistas.
Ainda no avião, Bento XVI pediu o fim da entrega de armas na Síria, criticou o fundamentalismo religioso e elogiou a Primavera Árabe.
"As importações de armas devem cessar de uma vez por todas. Sem estas importações, a guerra não poderia continuar", disse o Papa.
Bento XVI afirmou ainda que viu na Primavera Árabe "um desejo de mais democracia, liberdade, cooperação para uma identidade árabe renovada", ao mesmo tempo que criticou o fundamentalismo, uma "falsificação da religião".
O Papa estava sorridente e emocionado ao desembarcar do avião, que pousou às 13H40 locais (7H40 de Brasília) no aeroporto internacional de Beirute, onde foi recebido por autoridades libanesas, incluindo o presidente da República, Michel Sleimane, o único cristão que é chefe de Estado em um país árabe.
"Todos os integrantes da família libanesa o recebem com gratidão", afirmou o presidente do país.
Mais de 100 jovens vestidos de branco estavam na pista e exibiam uma faixa com a frase "Líbano alegre, o Papa chegou".
Os sinos das igrejas de todo o país ressoaram em homenagem ao Sumo Pontífice, de 85 anos, que foi recebido com 25 salvas de canhão.
No aeroporto, o Papa fez o primeiro de sete discursos previstos durante a visita.
Bento XVI elogiou a convivência entre as diferentes comunidades religiosas no Líbano, que chamou de "exemplo" para o Oriente Médio.
"A feliz convivência libanesa deve demonstrar, ao conjunto do Oriente Médio e ao restante do mundo, que, dentro de uma nação, pode existir a colaboração e o o diálogo religioso entre cristãos e seus irmãos de outras religiões".
"Este equilíbrio, presente em todas as partes como um exemplo, é extremamente delicado", completou o Papa.