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Religião

Papa Bento XVI completa um ano de pontificado

O Papa Bento XVI celebrou nesta quarta-feira o primeiro aniversário de seu pontificado, com cerca de 70 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro. O Papa lembrou de ter ficado surpreso ao ser eleito e disse que pretende ser um líder "brando e firme".

Joseph Ratzinger, de 79 anos, que descansa os últimos dias na residência de Castel Gandolfo, a cerca de 30 quilômetros ao sul de Roma, regressou hoje ao Vaticano para a audiência geral das quartas-feiras. Há um ano, o experiente teólogo, que tem reputação de ser um tradicionalista ferrenho, foi escolhido foi eleito o novo Papa, sucedendo João Paulo II.

- Como o tempo voa - disse Bento XVI à multidão de fiéis. - Um ano já se passou desde que os cardeais reunidos no conclave, em uma decisão para mim totalmente inesperada e surpreendente, resolveram escolher meu humilde ser para substituir o amado servo de Deus, o grande papa João Paulo II. Peço a todos vocês que continuem me dando apoio, que continuem rezando para Deus a fim de que Ele me permita ser um pastor brando e firme para esta Igreja.

Ao fim da audiência, Bento XVI condenou o ataque suicida ocorrido na segunda-feira em Tel Aviv, e recomendou que palestinos e israelenses não se deixem cair em uma espiral crescente de violência.

- Foi com grande dor que fui informado das notícias sobre o ataque terrível de segunda-feira em Tel Aviv, Israel. Sinto que é meu dever expressar minha condenação veemente de um ataque terrorista como esse - declarou.

Um homem-bomba palestino matou nove pessoas e feriu outras 60 em uma explosão do lado de fora de um restaurante em Tel Aviv, durante um feriado judaico na segunda-feira. Israel responsabilizou o governo do Hamas pelo ataque.

A eleição de Ratzinger, em 19 de abril de 2005, foi recebida com o badalar dos sinos do Vaticano. Mas nem todos ficaram felizes quando o homem apelidado de o "rottweiler de Deus" transformou-se no papa e muitos temiam que ele lançasse um ataque feroz contra os católicos liberais.

No entanto, no último ano, Bento XVI deixou seus críticos confusos, mostrando ao mundo seu lado gentil, aparecendo aberto ao diálogo com dissidentes e provando ser surpreendentemente popular.

Palmas e gritos ecoaram quando o papa era levado pela praça e freiras esticavam o braço por sobre barreiras de metal a fim de tentar tocar na mão de Bento XVI.

- Ele tinha a fama de ser um disciplinador muito severo, mas acabou mostrando ser diferente disso - disse Michael Walker, da Irlanda do Norte. - Ele tem escutado bastante e tem pensado sobre o futuro da Igreja. Acho que esse é um bom começo.

Alguns fiéis esperavam que Bento 16 fosse mais incisivo em seu primeiro ano de papado e que fizesse grandes mudanças na Cúria, o órgão administrativo central do Vaticano.

Mas as mudanças, até agora, foram poucas, e o pontífice adotou a suavidade como postura ao tratar dos muitos problemas da Igreja.

- Vivemos em uma época na qual as pessoas acham que tudo tem de funcionar como uma máquina de Coca-Cola. Você põe dinheiro nela, e consegue algo imediatamente. Bem, a Igreja não é assim - disse Eduardo Fernandez, da Cidade do México.

Mas nem todos os presentes na Praça São Pedro mostravam-se satisfeitos com o primeiro ano de papado de Bento XVI. Alguns disseram temer que a Igreja acabe desaparecendo do Ocidente rico.

- Como pessoa, esse novo Papa é bom. Como modelo a ser seguido, também. Mas, na qualidade de dirigente da Igreja Católica, ele está permitindo uma erosão da hierarquia - disse Carl Ridgeway, de Michigan (EUA). - A maior parte de nossos padres são senhores de idade. Os jovens não querem entrar para os seminários. Se as coisas não mudarem rapidamente, nossa Igreja estará morta dentro de dez anos.

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