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O papa Bento XVI confirmou nesta quinta-feira a líderes judeus que está "considerando seriamente" a possibilidade de congelar o processo de beatificação do Papa Pio XII, da era nazista, até que os arquivos históricos possam ser abertos. O jornal espanhol "El País" havia adiantado esta semana que o Vaticano decidiu investigar a posição de Pio XII sobre o Holocausto antes de levar adiante o processo para torná-lo santo. O homem que comandou a Igreja católica de 1939 a 1958 é acusado de fechar os olhos para o assassinato de milhões de judeus.

O Vaticano considera que ele trabalhou nos bastidores e ajudou a salvar muitos judeus da morte durante a Segunda Guerra Mundial. O rabino David Rosen, líder da delegação judaica que se reuniu com o Papa na manhã desta quinta-feira, disse que o assunto surgiu após discursos formais.

- Um membro da nossa delegação pediu ao papa para que não desse continuidade à beatificação de Pio XII antes que os arquivos do Vaticano possam ser abertos para análise histórica e o Papa disse que está 'analisando esse caso e considerando isso seriamente' - disse Rosen a jornalistas.

Na Igreja Católica Romana, a beatificação é o último passo antes da santidade. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, confirmou que o Papa ainda não assinou "o decreto de virtudes heróicas" de Pio XII, cujo nome de batismo é Eugenio Pacelli.

A figura do Papa da era nazista é objeto de fortes críticas de Israel há décadas. Para os judeus, o silêncio de Pio XII nos primeiros anos da guerra possibilitou a matança de prisioneiros em campos de concentração, como Auschwitz.Assine O Globo e receba todo o conteúdo do jornal na sua casa

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