Particularidades
Cerimônia tem liturgia em português e confusão na saída da igreja
Francisco fez a homilia em espanhol, mas seguiu a liturgia em português, o que emocionou os brasileiros que conseguiram participar. "Ele é um homem simples, que fala a nossa língua e quer estar conosco", disse a advogada Valéria Santos, de 46 anos, de Fortaleza.
Na entrada, o papa brincou com algumas crianças. No final, os presentes cercaram o papa de tal forma que os seguranças tiveram dificuldade para ajudá-lo a prosseguir. Quando conseguiu sair da igreja de Santo Inácio de Loyola, vários brasileiros se colocaram na frente dele, provocando uma pequena confusão. Os seguranças dispersaram a multidão e o papa foi embora, sem deixar de saudar centenas de pessoas que esperavam do lado de fora.
Testemunho
Curada por milagre de João Paulo II, fiel quer mostrar que Deus existe
Efe
Floribeth Mora, a costarriquenha que foi curada de um aneurisma cerebral através de um milagre atribuído a João Paulo II, declarou ontem em Roma que sua tarefa é "mostrar a existência de Deus".
Floribeth, que descreveu sua experiência aos jornalistas da capital italiana, onde assistirá à canonização do papa polonês no domingo, disse que essa é sua principal incumbência e, por isso, pensa em levar seu testemunho para "todos os cantos do mundo".
"Não sei por que Deus me escolheu entre tantas pessoas e também não sei por que João Paulo II me curou, mas estou muito agradecida e agora minha incumbência é levar meu testemunho de vida a todos os cantos do mundo para provar a existência de Deus", disse Floribeth.
Segundo a fiel, ela superou uma lesão cerebral incurável através de uma intervenção do papa João Paulo II, fato certificado como um milagre pelo Vaticano e que foi decisivo para definir os trâmites da canonização do papa polonês.
Agora, Floribeth poderá retribuir a graça alcançada e agradecer a intervenção do futuro santo João Paulo II, que há três anos fez com que seu aneurisma cerebral (dilatação de uma artéria do cérebro) desaparecesse totalmente.
32 cardeais, arcebispos e bispos, e cerca de 200 padres participaram da celebração. Entre as autoridades estavam o vice-presidente Michel Temer, enviado para representar o governo, o presidente do Senado Renan Calheiros, senadores e deputados.
O papa Francisco abriu ontem uma exceção na agenda dos compromissos de preparação para as canonizações dos papas João Paulo II e João XXIII, marcadas para o próximo domingo, e realizou uma missa privada para brasileiros em Roma, o que causou uma verdadeira febre em busca de convites.
O motivo da celebração era fazer uma cerimônia de ação de graças pela canonização do padre José de Anchieta, o chamado "apóstolo do Brasil", realizada no último dia 3 de abril. Os convites foram bastante disputados e, no final, a cerimônia teve um público seleto de aproximadamente mil pessoas.
Como acontecerá com João XXIII no domingo, José de Anchieta foi canonizado sem a Igreja reconhecer a existência de um milagre comprovado feito pela sua intercessão, como se exigia nos processos dos novos santos até agora, uma decisão polêmica.
Boas obras
A explicação do vice-postulador da Causa de Canonização de Anchieta, padre César Augusto dos Santos, é que, além do fato de o papa possuir na Igreja autoridade para essa decisão de acordo com o Direito Canônico, a aprovação desses processos de canonização sem milagres mostra que Francisco está mais preocupado em considerar como prova de santidade o conjunto das obras boas feitas pelo novo santo e a sua fama de santidade.
"Não faz sentido achar que Francisco tenha canonizado Anchieta por ser também jesuíta", afirmou César. Esse seria o mesmo caso de João XXIII, conhecido na Itália como o "papa bom".
Na homilia, o papa Francisco enalteceu a coragem de José de Anchieta e disse que o santo "colocou os fundamentos culturais de uma nação". Ao final, o vice-postulador agradeceu ao papa por ter reconhecido a importância de Anchieta e pela ideia da cerimônia em Roma.
Francisco é o campeão de vendas
Um fenômeno curioso acontece nas lojas de artigos religiosos de Roma. Em geral, nas últimas canonizações, é de praxe que os peregrinos tendam a comprar imagens dos novos santos, como ocorreu, por exemplo, quando o Padre Pio foi levado aos altares. A ideia é levar esses souvenires para serem abençoados durante as cerimônias e guardá-los como lembrança.
Mas, de acordo com os comerciantes, ainda que muitos procurem produtos vinculados a João Paulo II e João XXIII, o que faz sucesso de verdade são aqueles com o sorriso do papa Francisco.
"Sem dúvida Francisco é o campeão de vendas", garantiu Cesare di Porto, proprietário de uma loja de objetos religiosos. "As pessoas querem garantir uma imagem dele e de João Paulo II. E só no final perguntam sobre João XXIII, desconhecido do grande público, ainda que seja amado na Itália", afirma.
Dos três papas se pode encontrar de tudo, desde os tradicionais terços e estampas com orações, até artigos mais comerciais como isqueiros, lenços, camisas de futebol ou ímãs de geladeira. Com a grande demanda, os locais estão cheios e devem continuar abertos hoje, apesar de ser feriado em Roma.
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