O Papa Francisco celebrou, neste domingo (25), a missa de encerramento do Sínodo dos bispos sobre a família, mas não fez referência, em sua homilia, às decisões que tomará após as sugestões apresentadas pelos padres sinodais, no último sábado (24), através do texto de conclusão da assembleia.
O relatório final do sínodo, composto por 94 artigos, não apresenta propostas de mudança em relação à doutrina católica, mas apoia uma via de discernimento para casais em segunda união que pedem um retorno aos sacramentos.
Fazendo referência às leituras da celebração eucarística, Francisco sinalizou algo que já havia sido levantado pelos participantes do encontro. De acordo com eles, o sínodo não se propunha a trazer respostas, mas a apresentar reflexões ao pontífice sobre os principais desafios da família contemporânea.
“Jesus não se contenta em dar-lhe uma esmola, mas quer encontrá-lo pessoalmente. Não lhe dá instruções nem respostas, mas faz uma pergunta: Que queres que te faça? [...] Jesus manifesta que quer escutar as nossas necessidades. Deseja um diálogo com cada um de nós, feito de vida, de situações reais, que nada exclua diante de Deus”, disse o papa referindo-se à passagem bíblica que fala de Bartimeu, o cego de Jericó que pede a Jesus que lhe recupere a visão.
Abertura
Se o papa vai aprovar ou não as sugestões dos bispos, uma coisa é certa: ele quer que a Igreja dê mais atenção às pessoas que, por alguma razão, se sentem excluídas da Igreja.
“Nenhum dos discípulos para, como faz Jesus. Continuam a caminhar, avançam como se nada fosse. Se Bartimeu é cego, eles são surdos: o seu problema não é problema deles. [...] Podemos falar d’Ele e trabalhar para Ele, mas viver longe do seu coração, que Se inclina para quem está ferido”, ressaltou.
Com o sínodo dos bispos sobre a família concluído, resta agora esperar o parecer de Papa Francisco frente aos desafios apresentados pelos bispos do mundo inteiro. Foi levada em consideração a realidade de cada país e como se estrutura a família a partir de um contexto sociocultural.
Caso Francisco se manifeste, será através de uma exortação apostólica pós-sinodal, documento pontifício publicado alguns meses após o encerramento de um sínodo. No texto final, além da questão dos divorciados que se casam novamente, foram contemplados outros temas, desde a preocupação com a aprovação de agendas que apoiam a ideologia de gênero à situação das famílias de refugiados.
Além disso, o documento pede que o papa esteja atento às situações extremas relacionadas à família, como a prática do aborto, da eutanásia e a violência contra a mulher.